Autor(es): Martins Leitão, Paula ; Oliveira, Sandra ; Miranda, Ana ; Vivas, Carla ; Nascimento, João ; Leal, Susana ; Tavares Ferreira, Joana ; Magalhães, Augusto
Data: 2024
Origem: Acta Médica Portuguesa
Assunto(s): Ophthalmologists/statistics & numerical data; Ophthalmology; Portugal; Surveys and Questionnaires; Inquéritos e Questionários; Oftalmologia; Oftalmologistas/estatísticas e dados numéricos; Portugal
Introduction: Human resources in ophthalmology have recently received particular attention, and it has been questioned whether there is a sufficient number of workers. The aim of this study was to analyze and characterize Portugal’s ophthalmologist population.Methods: In this descriptive, cross-sectional study, an online questionnaire was sent to all ophthalmologists registered with the Portuguese College of Ophthalmology in December 2021. Information on the following variables was collected and analyzed: demographic factors, professional qualifications, professional activity, weekly professional activity and medium-term plans.Results: Among the 910 registered ophthalmologists, a response rate of 64.7% was achieved. There were 0.9 ophthalmologists for every 10 000 inhabitants, 0.45:10 000 working in the public sector (0.35:10 000 full-time equivalent). Among the respondents, 57.6% were over 50 years old (59.6% male), 97.3% were Portuguese, 46.7% completed their residency in the Lisbon region, 27.3% complemented their programme with additional training, 9.5% had a PhD and approximately 58% lived and worked in large urban centres. Regarding professional activity, 58.5% of the respondents worked in the public sector (4.2% exclusively), while 67.9% worked in different economic sectors. The median number of weekly working hours reported was 45 hours, with those in the public sector reporting 35 hours. Private/social sector work and public sector work accounted for 12 926 hours/week and 10 808 hours/week, respectively. It was found that 31.4% of the respondents provided emergency medical services and that 52.8% performed surgical procedures more than once a week. Looking ahead, 38.7% of the ophthalmologists intended to reduce their workload within the next five years due to family reasons, fatigue and demotivation. The projected rate of retirement or cessation of activity in the next five years was estimated to be 1.7%, while an average of 20 new ophthalmologists are expected to enter the profession annually, resulting in a generational balance of 0.8%.Conclusion: While the number of ophthalmologists in Portugal meets the international recommendations, there is a shortage in the public sector and most ophthalmologists work in large urban centres. The number of ophthalmologists in Portugal is expected to be stable for the next five years.
Introdução: Tem sido dada particular atenção aos recursos humanos na oftalmologia, questionando a sua adequação à realidade. O objetivo do estudo foi caracterizar a população de oftalmologistas em Portugal.Métodos: Estudo descritivo e transversal realizado com recurso a um questionário aplicado online, à data de dezembro de 2021. O questionário desenhado analisou as seguintes variáveis: demografia, habilitações profissionais, atividade profissional ativa, atividade profissional semanal e planos a médio prazo.Resultados: A taxa de resposta foi de 64,7% (de um total de 910 oftalmologistas inscritos). Existem 0,9 oftalmologistas para 10 000 habitantes; 0,45 colaboram com o sector público (0,35 para equivalente de tempo completo). Há 57,6% de oftalmologistas com mais de 50 anos (59,6% do sexo masculino) e 97,3% têm nacionalidade portuguesa. A formação específica em oftalmologia foi realizada na região de Lisboa em 46,7% dos casos, 27,3% complementaram o internato com formação adicional e 9,5% fizeram um doutoramento. Aproximadamente 58,5% residiam e trabalhavam nos grandes centros urbanos. A colaboração com o sector público acontecia em 58,5% (4,2% em exclusividade) e 67,9% acumulavam funções em diferentes setores económicos. A mediana global do horário de trabalho semanal é de 45 horas, sendo de 35 horas no público. Foram exercidas um total de 12 926 horas/semana e 10 808 horas/semana no setor privado/social e público, respetivamente. A atividade de urgência é desempenhada por 31,4% dos profissionais que responderam. A atividade cirúrgica é realizada mais do que uma vez por semana para 52,8%. No que aos planos a médio prazo (cinco anos) diz respeito, 38,7% dos inquiridos pretende reduzir o seu horário, sendo os principais motivos relacionados com a família, fadiga e/ou desmotivação. Estima-se, a cinco anos, que a taxa de saída por reforma/cessação de atividade seja de 1,7%, a taxa de entrada seja de 20 titulações/ano e o balanço geracional de 0,8%.Conclusão: O número de oftalmologistas em Portugal está de acordo com as recomendações internacionais, no entanto, existe uma carência destes profissionais de saúde no setor público. A maioria dos oftalmologistas reside e exerce a sua atividade nos grandes centros urbanos. Prevê-se, a cinco anos, uma população de oftalmologistas estável.
