Description
A pulverização de agrotóxicos em larga escala nos monocultivos agrícolas expõe cotidianamente a população residente e trabalhadores a possíveis envenenamentos agudos e/ou crônicos. O objetivo deste trabalho é descrever as intoxicações por agrotóxicos ocorridas no Brasil, Unidades Federadas e especificamente Mato Grosso, e correlacionar esses registros com o uso e exposição ambiental a agrotóxicos pulverizados nas lavouras. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e ecológico-analítico. Para observar a associação entre os indicadores ambientais e de saúde, foi utilizado a correlação linear de Spearman. Mapas foram criados usando Sistemas de Informação Geográficos. As intoxicações por agrotóxicos ocuparam o segundo lugar dentre todas exógenas e a letalidade a primeira posição. Os envenenamentos por agrotóxicos agrícolas dobraram de valor no período de 2007-2016. O Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul foram destaque para o uso de agrotóxicos, enquanto que Espirito Santo, Tocantins e Paraná para as maiores incidências de intoxicação. A correlação foi positiva e significante entre o agravo, o consumo e exposição ambiental a agrotóxicos nas Unidades Federadas e municípios de Mato Grosso. Conclui-se que nas regiões com elevada produção agrícola e pulverização de agrotóxicos também ocorre as maiores incidências de intoxicação. Devido o risco do agravo gerar sequelas temporárias, permanentes e óbitos em trabalhadores e população, a Vigilância em Saúde deve desenvolver ações contínuas para reduzir a exposição aos produtos, e consequentemente, evitar a ocorrência de intoxicações.