Autor(es): Ricardo Lavoura Puga, João ; João Saraiva de Oliveira, Maria ; Catarina Bastos, Ana ; Gonçalves, Fernando ; Jacob Keizer, Jan ; José Cabaços Abrantes, Nelson
Data: 2019
Origem: Revista Captar: Ciência e Ambiente para Todos
Autor(es): Ricardo Lavoura Puga, João ; João Saraiva de Oliveira, Maria ; Catarina Bastos, Ana ; Gonçalves, Fernando ; Jacob Keizer, Jan ; José Cabaços Abrantes, Nelson
Data: 2019
Origem: Revista Captar: Ciência e Ambiente para Todos
Ao longo das últimas décadas Portugal tem sido um dos países com maior incidência de fogos florestais na Europa. Um número crescente de estudos tem vindo a ser desenvolvido no sentido de encontrar estratégias de recuperação e gestão de áreas ardidas. A aplicação de coberturas orgânicas sobre a superfície do solo pós-incêndio é atualmente utilizada eficazmente como forma de proteger o solo da erosão. Porém, pouco se sabe acerca dos efeitos deste tipo de tratamento nas comunidades de invertebrados do solo. Deste modo, o presente estudo pretendeu compreender a resposta da comunidade de invertebrados do solo 5 anos após a aplicação de uma cobertura formada por casca e madeira de eucalipto, numa área previamente ardida de eucalipto. Os resultados obtidos revelaram uma comunidade de invertebrados de solo estruturalmente idêntica em áreas com e sem aplicação de cobertura com material orgânico, sendo a comunidade dominada por grupos de animais que se alimentam de matéria orgânica e por um grande número de espécies edáficas predadoras. A análise da função ecológica de cada grupo de invertebrados do solo sugere que a elevada disponibilidade de matéria orgânica possa ter sido um fator determinante na estrutura da própria comunidade, especialmente no período inicial após a aplicação da cobertura no solo. Muito embora os resultados revelem uma comunidade relativamente homogénea entre áreas tratadas e não tratadas 5 anos após a aplicação da cobertura, não se pode descartar o seu papel na comunidade edáfica no curto-médio prazo após o incêndio.