Autor(es): Costeira, Cristina Raquel Batista ; , Isabel Maria Ribeiro Morais Araújo Santos ; Carvalho, Dulce Helena Ferreira de ; Sousa, Ana Filipa Domingues ; Oliveira, Ana Rosete de ; Paiva, Ivo Cristiano Soares
Data: 2021
Origem: Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Assunto(s): liderança; gestão para melhoria contínua da qualidade; enfermagem baseada em evidências
Introdução: Ao gestor de enfermagem é exigido que promova o desenvolvimento de competências dos enfermeiros da equipa, diligenciando continuamente uma prática baseada na evidência. Neste contexto, a adoção de projetos de implementação de evidência podem ser estratégias inovadoras e eficazes para alcançar a qualidade dos cuidados de enfermagem. Objetivos: Implementar um projeto de implementação de evidência; promover o desenvolvimento de competências de uma equipa de enfermeiros. Metodologia: Recorreu-se à metodologia de implementação de evidência da Joanna Briggs Institute, após identificação da situação-problema em gestão de dor oncológica, durante os anos de 2020-2021. Para a sua consecução foi constituída uma equipa de líderes informais (n=4) que dinamizaram o processo, numa equipa de 25 enfermeiros. Esta foi realizada em três etapas: na primeira a realização de uma auditoria de baseline com critérios fundamentados na evidência científica mais recente; na segunda foram identificadas barreiras e planeadas estratégias de melhoria e na terceira realizada uma auditoria de follow-up. Recorreram-se a estratégias de formação/treino em gestão de dor; brainstormings; feedback contínuo e desenvolvimento de manuais e documentos escritos em equipa. Garantidos pressupostos éticos. Resultados: Em ambas as auditorias, realizaram-se entrevistas a doentes (n=50) e enfermeiros (n=21) e analisados registos (n=50). A auditoria de baseline demonstrou que29% dos enfermeiros e 4% dos doentes apresentavam formação em dor oncológica; 0% de disponibilização de documentos escritos sobre gestão de dor oncológica aos doentes; 8% dos registos auditados continham evidência de história de dor e 10% dos doentes referiram estímulo dos profissionais, no seu papel de autogestão de dor oncológica. Na auditoria de follow-up, os resultados, revelaram melhorias em todos os resultados iniciais: 90% dos enfermeiros e 100% dos doentes referiram ter recebido formação; 95% dos doentes mencionaram ter recebido informação escrita sobre gestão de dor; 78% dos registos auditados evidenciaram história de dor completa e 94% dos doentes referiram ter obtido estímulo pelos profissionais de saúde, no papel de autogestão de dor. Discussão: A gestão da mudança associada às boas práticas evidenciou a importância das lideranças informais nos processos de dinamização de projetos em equipa. As estratégias implementadas apresentaram eficácia, melhorando todos os resultados dos critérios auditados. Conclusão: O papel da gestão e da liderança no processo de implementação, promoveu o envolvimento de toda a equipa de enfermagem na obtenção de um objetivo comum, em plena fase pandémica, catalisando as relações profissionais, a qualidade dos cuidados baseados na evidência e o desenvolvimento de hard skills.
