Author(s):
Sousa, Ana Filipa Domingues ; Carvalho, Dulce Helena Ferreira de ; Alves, Fábio José Madeira ; Simoes, Elsa Branca Canas ; Branco, Jéssica Andreia Dias
Date: 2023
Origin: Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Subject(s): mastectomia; cicatrização; oncologia; autoestima; enfermagem.
Description
Introdução: A taxa de incidência de cancro da mama tem aumentado significativamente nas últimas décadas, em pessoas cada vez mais jovens(1). O confronto da mulher com a imagem alterada após mastectomia acarreta impacto físico, emocional, psicológico e social, interferindo na qualidade de vida(2). Vários autores mencionam que os doentes oncológicos apresentam frequentemente baixos níveis de autoestima, podendo relacionar-se com os efeitos decorrentes dos tratamentos neoadjuvantes, nomeadamente, a cirurgia(3). A cicatrização após a mastectomia assume-se de vital importância, pelo cumprimento de tempos ótimos, essenciais em oncologia, considerando-se a aplicação de fatores de crescimento coadjuvante neste processo(4,5), promovendo melhores resultados estéticos, contribuindo para a autoestima da mulher. Objetivos: • Apresentar fundamentação teórica sobre fatores de crescimento, identificando indicações contraindicações, forma de utilização e aplicação clínica; • Relatar experiência profissional com a aplicação de fatores de crescimento; • Refletir sobre a utilização dos fatores de crescimento na cicatrização, relacionando-a com a autoestima da mulher. Material e Métodos: Análise de casos clínicos de mulheres a vivenciar período de pós-operatório de mastectomia, com utilização de fatores de crescimento, num Hospital Oncológico da Região Centro de Portugal, atendendo à prática clínica e a atual evidência científica que suporta a utilização desta terapêutica. Resultados: A utilização dos fatores de crescimento tem-se revelado crucial na coordenação das múltiplas células envolvidas no processo cicatricial, com elevada taxa de tolerância. Os fatores de crescimento melhoram significativamente a aparência da cicatriz pós-mastectomia, verificando-se maior elasticidade dos tecidos, favorecendo um resultado estético eficaz. Concomitantemente, a sua aplicação promove a reabilitação funcional pela minimização de queloides, fibroses e dor na cicatriz, promovendo-se a autoestima. Discussão: A autoimagem da mulher mastectomizada é um foco de atenção de enfermagem, que não deve ser descurado na prática clínica. Para tal, urge reabilitar tão precocemente quanto possível, evitando danos, promovendo o bem-estar físico e emocional da mulher com cancro da mama. A cicatrização no pós-operatório de cirurgia mamária oncológica constitui-se relevante na prática clínica, prevenindo complicações e maximizando o bem-estar. Conclusões: A utilização dos fatores de crescimento tem-se demonstrado um avanço no tratamento de feridas, revelando-se benéfico na rapidez do processo cicatricial, com consequente preservação da imagem corporal e promoção da autoestima em mulheres mastectomizadas.