Autor(es):
Alves, Fábio José Madeira ; Sousa, Ana Filipa Domingues ; Carvalho, Dulce Helena Ferreira de ; Nunes, Anabela Maria Paiva Vale Leitão
Data: 2023
Origem: Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Assunto(s): terapias não farmacológicas; oncologia; enfermagem
Descrição
A dor é o sintoma mais prevalente em oncologia. Em 70% dos casos, a dor relaciona-se com a progressão da doença, e 30% com tratamentos e patologias associadas(1). O controlo da dor torna-se mais eficaz recorrendo à complementaridade das técnicas farmacológicas e não farmacológicas (3). As Terapias Não Farmacológicas (TNF) são recomendadas pela Ordem dos Enfermeiros, em complementaridade com as farmacológicas(2), considerando-se benéficas, minimizando a recorrência aos fármacos e aos seus efeitos colaterais (3,4,5). Objetivo: Analisar o efeito da implementação de um plano de TNF no controlo da dor numa doente oncológica. Material e Métodos: Estudo de caso, mulher de 51 anos submetida a mastectomia com reconstrução mamária em 2013 e hormonoterapia. Doente com dor crónica que intensificou após términus da hormonoterapia, com evidente redução da força muscular e compromisso nas atividades diárias. Acompanhada pelo grupo de TNF integrado na unidade de dor de um Hospital Oncológico da Região Centro de Portugal, realizando sessões semanais de TNF. Utilizaram-se como instrumentos a grelha de registo de dados obtidos com triangulação de diferentes fontes - enfermeiros, diário de bordo e registos de enfermagem do sistema operativo. Salvaguardados pressupostos éticos para a consecução dos estudos com seres humanos. Resultados: Realizadas oito sessões, periodicidade semanal, duração de 45 minutos. Negociado plano, atendendo às preferências da doente, integrando massagem de relaxamento, Reiki, reflexologia, aplicação de calor, aromo e musicoterapia. Monitorização de parâmetros vitais pré/pós sessão. Evidenciou-se redução do score de dor, monitorizada com recurso à Escala Numérica. Redução do score de dor manifestou-se nas avaliações pós-sessão mais concretamente a partir da terceira sessão. Redução significativa dos valores de tensão arterial, frequência cardíaca e aumento da saturação de oxigénio pós sessões. Doente referiu menor recurso à terapêutica farmacológica SOS no dia da sessão e seguintes, melhoria da sensação de bem-estar geral e recuperação da força muscular. Conclusão: A implementação do plano de TNF revelou-se eficaz no controlo e minimização da dor. As terapias utilizadas consideraram-se benéficas e são essenciais na criação de indicadores de qualidade e obtenção de ganhos em saúde. O recurso às TNF coadjuva o controlo da dor e maximiza o bem-estar, não descurando a humanização dos cuidados, pedra basilar dos cuidados de enfermagem.