Autor(es):
Rosa, Amorim Gabriel Santos ; Dias, Carlos Manuel de Melo ; Pinto, Manuel Alberto Pereira ; Gonçalves, Cândida Maria Canotilho de Seixas ; Façanha, Jorge Daniel Neto
Data: 2022
Origem: Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Assunto(s): Comunicação; habilidades de interação social; pessoas com esquizofrenia
Descrição
Introdução: As oportunidades de ajustamento da pessoa com esquizofrenia melhoram com a participação em programas de reabilitação psicossocial, visando adquirir, desenvolver e expressar atitudes e comportamentos apropriados às diversas situações pessoais e sociais; facilitar a construção de relações e competências; e o crescimento interpessoal satisfatório (Melo-Dias, 2015; Albino, 2021). Para Del Prette e Del Prette (2017), as habilidades sociais representam um construto descritivo (i) dos comportamentos sociais valorizados em determinada cultura; (ii) com alta probabilidade de resultados favoráveis para o indivíduo, para o seu grupo e para a comunidade; (iii) e que podem contribuir para um desempenho socialmente competente em tarefas interpessoais. A esquizofrenia é uma doença mental grave e incapacitante que afeta todas as classes sociais e raças, em todas as partes do mundo (Queirós, Coelho, Linhares & Telles-Correia, 2019). É referida pela OMS como uma das dez doenças mais incapacitantes. Sendo uma perturbação complexa e de caráter crónico, carateriza-se pela deterioração significativa do pensamento, da perceção, das emoções e do comportamento, comprometendo o funcionamento social e a qualidade de vida das pessoas afetadas (Ustun & Kucuk, 2019), sendo fundamental a sua integração em programas de treino de habilidades sociais, enquanto ferramentas necessárias para uso no seu quotidiano. Objetivos: Descrever e analisar os dados relativos ao desempenho social e individual e à prática comunicacional assertiva em situações sociais, em pessoas com esquizofrenia. Metodologia: Estudo descritivo-correlacional, realizado com uma amostra não probabilística de 19 utentes internados numa unidade de tratamento de pessoas com Esquizofrenia resistente ao tratamento. Foram utilizadas as escalas ECI-R (Escala de Comportamento Interpessoal - versão reduzida) e PSP (Personal and Social Performance Scale). Calcularam-se as estatísticas resumo adequadas para as variáveis de caraterização e para as medidas de funcionamento pessoal e social e prática social assertiva. Para verificar a existência de correlação entre as componentes e as dimensões da ECI, foi utilizado o teste t da significância da correlação de Pearson. Resultados: Verificaram-se dificuldades significativas no funcionamento pessoal e social, bem como níveis de desconforto importantes e baixa frequência da prática de comportamentos interpessoais assertivos, existindo uma correlação negativa, mas sem significado estatístico, entre as duas componentes. Conclusões: Os défices globais de funcionamento e, particularmente, de desempenho social remetem para a necessidade de implementar programas de treino de habilidades sociais para dotar a pessoa com Esquizofrenia com as competências de assertividade e relacionamento interpessoal necessárias à vida em sociedade.