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Uso de biblioterapia para a recuperação da saúde mental - revisão tipo scoping

Autor(es): Dias, Carlos Manuel de Melo ; Borges, Aida Emília Pereira

Data: 2023

Origem: Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

Assunto(s): Biblioterapia; Enfermagem; recuperação da saúde mental; revisão scoping


Descrição

Introdução A biblioterapia compreendida como terapia com recurso às propriedades narrativas da mente humana, ou seja, um processo de interação dinâmica entre a personalidade do leitor e a literatura que pode atrair as emoções do leitor e liberá-las para o uso consciente e produtivo. Temos assim a biblioterapia como um recurso e como uma atividade, terapêuticos, utilizada por meio de leitura orientada e grupo de discussão que promove a interação entre pessoas, levando-as a expressar os seus sentimentos, ansiedades e medos, nomeadamente o medo causado pela doença e pelo processo de hospitalização, alcançando a perceção de que a pessoa não está sozinha no mundo, e tendo a capacidade de superar obstáculos reais ou imaginários. Tem intrinsecamente uma intenção implícita de escutar o outro, promovendo momentos de reflexão, observação, interação, mudança no padrão de comportamento e estímulo ao diálogo, num valor moral e terapêutico, ajustando-se claramente no portfolio interventivo do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica, nomeadamente quando visa contribuir para a adequação das respostas da pessoa doente e família face aos problemas específicos relacionados com a doença mental. Objetivo Mapear o uso da biblioterapia nas intervenções de Enfermagem, nomeadamente nas Atividades de Ocupação Terapêutica/oficinas terapêuticas, como abordagem terapêutica/vetor/mediador da expressividade do adulto com experiência de doença mental/necessidade de cuidados de saúde mental, nos diversos settings clínicos de saúde mental e/ou psiquiatria. Metodologia Do objetivo mapear, definimos a mnemónica PCC, P: cliente adulto, ou cuidador informal, com experiência de doença mental; C: biblioterapia nas intervenções de Enfermagem autónomas, nomeadamente nas Atividades de Ocupação Terapêutica/oficinas terapêuticas, como abordagem terapêutica/vetor/mediador da expressividade; C: diversos settings clínicos de cuidados diferenciados de saúde mental e/ou psiquiatria. Formulando como questão de investigação: Qual o uso da biblioterapia nas intervenções de Enfermagem autónomas, nomeadamente nas Atividades de Ocupação Terapêutica/oficinas terapêuticas, como abordagem terapêutica/vetor/mediador da expressividade com adulto, ou cuidador informal, com experiência de doença mental nos diversos settings clínicos de saúde mental e/ou psiquiatria. Colheita de dados & critérios de seleção, tratamento dos achados: Observando as guidelines do PRISMA, três bases de dados: CINAHL, SCIELO, RCAAP, em outubro de 2022, usando a expressão booleana no título: ( (( (TI Bibliotherapy OR read OR reading OR literat* AND Nurs*) AND (S6) ) AND AB mental) AND (S9) ) AND AB nurs*, sem limite de data ou idioma. Resultados Obtiveram-se, na CINAHL Complete 148 estudos e na MEDLINE Complete 125 estudos. Na SCIELO a mesma expressão booleana obtiveram-se 9 estudos, e na RCAAP obtiveram-se 8 estudos, num total de 290. Destes foram retiradas repetições usando o programa Mendeley, mais a leitura do título e resumo com o uso da mnemónica PCC, ficaram para leitura integral 21 estudos. Restringindo apenas aos que explicitassem o enfermeiro/a como líder da execução da intervenção, finalizou-se a seleção com 9 resultados, dois de investigação qualitativa e sete de quantitativa, estudos experimentais e o estudo de caso. Conclusões Nos 9 estudos, o leque das variáveis para evidenciar o impacto foi diverso, convocando a perspetiva duma intervenção complementar aos tratamentos padrão, baseada nas intervenções cognitivo-comportamentais, custo-efetiva menos dispendiosa, mais confortável, ampla e facilmente acessível do que outras modalidades de tratamento padrão, com alguns efeitos de melhoria nas habilidades de resolução de problemas, resiliência e gestão dos níveis de bem-estar e ansiedade, com foco que em clientes individuais quer nos seus cuidadores informais. Futuramente considera-se oportuno que os estudos de investigação, pudessem garantir sistematização nos mesmos outcomes/variáveis a medir, os mesmos instrumentos de medida, e os mesmos módulos/programas de intervenção, permitindo medir mais eficazmente o impacto e ganhos em saúde.

Tipo de Documento Outro
Idioma Português
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