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Vamos Conversar! Programa AOT de Conversação e Interação Social - estudo descritivo dos participantes com necessidades de cuidados em saúde mental

Author(s): Dias, Carlos Manuel de Melo ; Gonçalves, Cândida Maria Canotilho de Seixas ; Façanha, Jorge Daniel Neto ; Costa, Joaquim Rodrigues Sousa ; Sousa, Delfim dos Santos ; Pinto, Manuel Alberto Pereira ; Rosa, Amorim Gabriel Santos

Date: 2023

Origin: Repositório Científico da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

Subject(s): Conversar; Interação Social; investigação; necessidades de cuidados em saúde mental; Atividades de Ocupação Terapêutica; Enfermagem


Description

Introdução O processo de transição da pessoa com experiência de esquizofrenia, tem mais oportunidades de ajustamento participando em diversos programas de reabilitação psicossociais. Interessa uma visão integrativa do participante para adquirir, desenvolver e expressar atitudes e comportamentos verbais e não-verbais apropriados nas mais diversas situações pessoais e sociais que facilitam a construção de relações, competências e crescimento interpessoal satisfatório (Melo-Dias, 2015; Canotilho, 2017; Albino, 2021). Como se preconiza no Vamos Conversar! programa estruturado de treino de habilidades comunicação/conversação (Melo-Dias, 2015; Canotilho, 2017) com a finalidade de direcionar as práticas da pessoa doente, nas habilidades comunicacionais, ajudando a uma passagem do ambiente protegido, equilibrado e seguro da clínica hospitalar para um ambiente imprevisível e por vezes desprotegido da comunidade (Melo-Dias, et al, 2019; Melo-Dias, 2015) formando-se e treinando em seis contextos da conversação, (1) Observar, ouvir falar e comunicação não-verbal; (2) Escuta ativa e comentários de escuta; (3) Falar de um tema (iniciar e manter uma conversa); (4) Terminar uma conversa; (5) Falar ao telefone; (6) Falar com um estranho ("não conhecido"). (Melo-Dias & Silva, 2015). Objetivo Descrever os dados relativos à descrição e funcionamento pessoal e social dos participantes com necessidades de cuidados em saúde mental, neste contexto, com esquizofrenia resistente ao tratamento, integrados num estudo mais amplo do programa Vamos Conversar! Metodologia Estudo descritivo, realizado com uma amostra não probabilística de 19 utentes internados numa unidade de tratamento de pessoas com Esquizofrenia resistente ao tratamento. Além dos dados demográficos foi utilizada a escala de Funcionamento Pessoal e Social (PSP) (Brissos et al., 2011), em que cada domínio é avaliado numa escala de gravidade com seis pontos: ausente, ligeiro, manifesto, marcado, grave, e muito grave, avaliando quatro domínios de funcionamento: a) atividades socialmente úteis incluindo trabalho e estudo; b) relações pessoais e sociais; c) autocuidado; d) comportamento perturbador e agressivo. Calcularam-se as estatísticas resumo adequadas para as variáveis de caraterização e para a medida de funcionamento pessoal e social. Resultados Em síntese, amostra de 19 utentes, média de idades é de 37.68±9.93 anos, na maioria, com Ensino Secundário (42,10%), reside em meio urbano (42,10%) e com os pais (63,20%). Ao nível da situação profissional, 31,60% estão reformados por invalidez, mas 26,30% desempenha uma atividade profissional. Relativamente ao número de anos após o início da doença, obteve-se uma média a 14.32±7.67 anos. No funcionamento social e pessoal, verificou-se que no domínio Atividades Sociais Úteis 'ASU' as pontuações variam entre o grau de dificuldade "marcado" (4) e "muito grave" (6). A maioria dos participantes (47,40%) apresenta um grau de dificuldade "grave". No domínio Relações Pessoais e Sociais 'RPS', as pontuações variam também entre o grau de dificuldade "marcado" (4) e "muito grave" (6). O grau de dificuldade "grave" foi identificado em 63,20% dos participantes. Conclusões Os défices globais de funcionamento pessoal e social, remetem para a necessidade de implementar programas de treino de habilidades sociais para dotar a pessoa com esquizofrenia com as necessárias competências de assertividade e relacionamento interpessoal. Pois apesar de, na complexidade coexistirem elementos de motivação e competência social reduzida, ambos com potencial para influenciar os resultados sociais, temos também algumas características razoáveis, como o nível base de ensino e de situação profissional dos participantes.

Document Type Other
Language Portuguese
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