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Introdução: O conhecimento sobre a violência, nos últimos anos, trouxe à luz um dos mais importantes desafios para a saúde pública do século XXI. Vários tipos e formas deste fenômeno têm sido objetos de estudo, principalmente na área da saúde, em especial na enfermagem. Mas, apesar de ter grande relevância social, a violência nos relacionamentos íntimos de adolescentes é um tema ainda recente na literatura científica. Objetivos: identificar a prevalência de violência no namoro entre adolescentes e discutir a associação entre os comportamentos de violência e as variáveis: idade, sexo e tempo de namoro. Método: Estudo transversal epidemiológico. A população foi constituída por 1.268 estudantes, de ambos os sexos, idades entre 16 e 24 anos, de escolas secundárias de quatro distritos da Região Central de Portugal. Na coleta de dados, foi utilizado um questionário, contendo dados sociodemográficos e de comportamentos de vitimização e perpetração de violência no namoro.A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética de Pesquisa da ESEnfC, número de protocolo 247-12/2014. Resultados: 5,9% do total dos adolescentes referiram envolvimento em situação de violência no namoro. Ambos os sexos relataram uso de violência física. Na violência psicológica, o sexo masculino é o maior perpetrador e vítima. Os resultados apresentaram, em alguns comportamentos, similaridade do padrão de violência entre os sexos, indicando, portanto, que mais pesquisas são necessárias para entender que fatores influenciam as diferenças e similaridades desse evento. Implicações para a Enfermagem: Entender o padrão de violência no namoro de adolescentes nas suas diversidades, tanto para o sexo feminino quanto para o sexo masculino ou grupos específicos, é fundamental para determinar o momento ideal para programar ações de intervenção que tragam resultados positivos no combate à violência dessa natureza. os resultados deste estudo têm significativas implicações para o engajamento dos profissionais de saúde, em especial da Enfermagem, na elaboração de estratégias de ações educativas para saúde, com vistas a promover o pleno desenvolvimento dos adolescentes, habilitando-os para uma convivência social sadia e segura através de práticas saudáveis.