Descrição
Introdução: As feridas cirúrgicas são definidas como lesões resultantes de um corte ou de uma incisão, geralmente efetuada com um bisturi durante uma cirurgia. As feridas cirúrgicas são geralmente fechadas através da aplicação de pontos, agrafos ou de cola cirúrgica e geralmente cicatrizam por primeira intenção. No entanto, 1 a 3 em cada 100 doentes que foram submetidos a cirurgia desenvolvem uma infeção do local cirúrgico, originando por vezes estagnação de feridas, atrasando o processo de cicatrização que ocorrerá por segunda intenção. Esta consequência torna-se preocupante quando se trata de feridas cirúrgicas em doentes oncológicos. Nestas situações, as opções terapêuticas são inúmeras, conduzindo à reflexão para uma tomada de decisão consciente que se revele eficaz para a situação clínica de cada doente. Atualmente, reconhece-se a eficácia do produto bioativo betaglucano (SGB), como inovador no tratamento de feridas. O bioativo betaglucano (SGB) promove a angiogénese, a proliferação de células e a contração celular. Está por isso indicado para reidratar conteúdo necrótico, desbridamento autolítico, favorecendo as condições ideais promotoras da cicatrização. Objetivos: • Apresentar resultados clínicos de feridas cirúrgicas oncológicas tratadas com bioativo betaglucano (SGB); • Divulgar experiência clínica com a utilização de bioativo betaglucano (SGB); • Promover a reflexão sobre a utilização bioativo betaglucano no tratamento de feridas. Metodologia: Analisados n=8 casos de infeções de feridas cirúrgicas estagnadas, com mais de 70% de presença de fibrina, existentes num serviço cirúrgico integrado num hospital diferenciado de cuidados a pessoas com doença oncológica, durante os meses de março a julho de 2019. Foram realizadas provas fotográficas para comparação de evolução cicatricial entre tratamentos à ferida cirúrgica infetada. Foram obtidos consentimentos informados para obtenção das fotografias e autorização para publicação em eventos científicos. Resultados: Foram analisados casos de cirurgias digestivas (n=5), cirurgias a tecidos moles (n=2) e cirurgia mamária (n=1) tendo na sua maioria sido aplicado em lesões abertas com fibrina e estagnadas, quer das feridas cirúrgicas quer em locais de ex-drenos. A amostra foi constituída por 63% de mulheres e 38% de homens, com idades médias de 67.8 anos, tendo o mais novo com 32 anos e o mais velho 77 anos. A utilização do bioativo betaglucano (SGB), como podemos constatar nos vários casos, evidenciou resultados significativos na cicatrização de feridas infetadas estagnadas, permitindo acelerar o processo de cicatrização, em média menos dois tratamentos, quando comparado com outras opções terapêuticas. Conclusões: O facto de ser um tratamento descrito pelos doentes como indolor, e pelos enfermeiros de fácil utilização, a utilização do bioativo betaglucano (SGB) permite altas precoces para o domicílio, contribuindo para a redução de custos hospitalares e diminuição da taxa de infeções hospitalares. Concomitantemente, promove a qualidade de vida, conforto e bem-estar das pessoas com ferida cirúrgica infetada em oncologia. Assumindo o pressuposto que em oncologia a cicatrização célere de feridas é crucial para que o plano de tratamento oncológico possa ser rigorosamente cumprido nos tempos ótimos, a utilização do bioativo betaglucano (SGB) demonstrou ser uma excelente opção terapêutica.