Author(s):
Almeida, Teresa Caldas de ; Heitor, Maria João ; Santos, Osvaldo ; Costa, Alexandra ; Virgolino, Ana ; Rasga, Célia ; Martiniano, Hugo ; Vicente, Astrid
Date: 2020
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.18/7246
Origin: Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
Subject(s): Saúde Mental; Bem-Estar; COVID-19; Pandemia da COVID-19; Avaliação do Impacte em Saúde; Portugal
Description
A pandemia COVID-19 provocou alterações profundas nos estilos de vida, com potencial impacto na Saúde Mental (SM) e no Bem-Estar (BE) das populações, podendo conduzir a ansiedade, depressão, perturbação de stress pós-traumático e burnout. Neste contexto de pandemia, muitas das alterações ocorridas têm sido apontadas como responsáveis por impactarem negativamente na saúde mental e no bem-estar psicológico, em particular das pessoas infetadas e dos profissionais de saúde que delas cuidam. Isto decorre de diversos fatores, entre eles, medo e incerteza percecionados pelos indivíduos, medidas de saúde pública adotadas, como o distanciamento físico na sua manifestação mais extrema, como seja o confinamento, consequências socioeconómicas (e.g., perda de rendimento, desemprego), e, também, os potenciais efeitos diretos do vírus no sistema nervoso central. Importa assim tomar medidas promotoras de BE e de reforço da SM, e de mitigação do sofrimento psicológico na população geral, e em particular nos profissionais na linha da frente, nomeadamente nos profissionais dos serviços de saúde, nos cidadãos em isolamento ou quarentena, nas pessoas infetadas com SARS-CoV-2 e nos doentes com COVID-19. A aproximação do período de gripe sazonal e o atual aumento de casos de doentes com COVID-19 vão, provavelmente, resultar em maior vulnerabilidade de um número também potencialmente maior de pessoas. Apesar de a pandemia ser, num primeiro nível, uma crise de saúde física e uma crise social, no caso de não virem a ser implementadas medidas de SM e BE em tempo útil, poderá vir a tornar-se uma grave crise de SM., com todas as implicações que tal tem em termos de custos humanos, familiares, sociais e de despesa pública em saúde, bem como em termos de redução da produtividade a nível nacional. Coordenado pelo Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P., em colaboração com o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (ISAMB/FMUL) e com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPM), o estudo SM-COVID19 visou caraterizar a SM e o BE da população geral e dos profissionais de saúde no contexto da pandemia, tendo em conta dimensões como ansiedade, depressão, stress pós-traumático, burnout e resiliência, entre outras. Os resultados do estudo SM-COVID19, disponíveis em https://sm-covid19.pt/, foram recolhidos através de um questionário estruturado online (auto administrado), que avaliou várias dimensões relevantes de SM no contexto de pandemia, em cidadãos maiores de 18 anos residentes em Portugal, entre os dias 22/05/2020 e 14/08/2020, tendo sido obtidas respostas de 6079 participantes, dos quais 2097 são profissionais de saúde. A maioria dos participantes tem entre 30 e 59 anos de idade, é do sexo feminino e reside na Área Metropolitana de Lisboa (38,2%) e no Norte (26,6%).