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A estratégia editorial d’As mulheres do meu país, de Maria Lamas

Autor(es): Subtil, Filipa Mónica de Brito Gonçalves

Data: 2024

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.21/17044

Origem: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Lisboa

Assunto(s): Lamas, Maria (1893-1983); Jornalistas; Feminismo; As mulheres do meu país; Estratégias editoriais


Descrição

Maria da Conceição Vassalo e Silva, conhecida como Maria Lamas (1893 - 1983), foi jornalista, escritora, tradutora, ativista política contra a ditadura do Estado Novo, promotora de iniciativas culturais com grande impacto em Portugal e uma destacada defensora da causa feminina. Nas últimas duas décadas, tem recrudescido o interesse histórico por esta figura e pelo seu livro As mulheres do meu país (1948-1950). Esta obra é considerada a primeira grande foto-reportagem sobre as condições socio-económicas das mulheres portuguesas em meados do século XX e sob as condições opressivas e de oposição sistemática aos seus plenos direitos impostos pelo regime autoritário então vigente. A atenção dedicada a As mulheres do meu país fica a dever-se a várias ordens de razões: ao progressivo empenho da academia em contribuir para a desocultação das vivências das minorias sociais e, neste particular, das mulheres que lutaram pelo exercício de uma cidadania que lhes foi vedada ao longo dos séculos; ao interesse do percurso biográfico de Maria Lamas de resistência cultural, mas também política, à ditadura; ao significado do confronto que o livro estabeleceu com a propaganda/narrativa oficial do regime quanto à condição da mulher portuguesa. Este documentário vivo, como Lamas designou este seu trabalho, traça um retrato antropo-sociológico do mundo feminino de todas as condições sociais, tendo sido profusamente analisado quer na sua dimensão textual, quer gráfico-visual (integrando fotografias tiradas pela própria autora do livro, mas também de outros fotógrafos de renome, para além de desenhos e pinturas de artistas dos séculos XIX e XX). A comunicação a apresentar centrar-se-á em aspetos que têm sido por ora pouco considerados. Em primeiro lugar, dar-se-á conta do processo que conduziu à criação deliberada de uma editora – Actualis – para a concretização deste projeto editorial e à estratégia traçada pelos seus fundadores – Manuel Fróis de Figueiredo, antigo administrador do diário anarquista A Batalha, encarregue de gerir as despesas, a sua filha, Orquídea Fróis de Figueiredo, estudante universitária, responsável pelas questões administrativas e Maria Lamas, que viajou pelo país inteiro, abordando e fotografando o dia-a-dia das mulheres do seu país. Em segundo lugar, interpretar o alcance da opção de publicar As mulheres do meu pais em fascículos e de que modo contribuiu para contornar os obstáculos da censura e colocar na agenda pública durante dois anos as condições de vida das mulheres portuguesas naquele período histórico.

Tipo de Documento Objeto de conferência
Idioma Português
Contribuidor(es) RCIPL
Licença CC
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