Author(s): Vieira, Joana dos Santos
Date: 2022
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.15/4860
Origin: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Santarém
Subject(s): Vitis vinifera; videira; Aragonez; fenologia; desfolha; maturação; grapevines; phenology; defoliation; maturation
O presente trabalho é o resultado de um ensaio cujo objetivo foi analisar a influência da desfolha, em diferentes estados fenológicos, na maturação da casta Aragonez. O ensaio desenvolvido em agosto de 2021, foi realizado numa parcela de vinha situada na região vitivinícola do Tejo, na propriedade da Quinta do Casal Branco, onde se encontra implementada uma vinha com 20 anos da casta Aragonez, inserida num terroir de charneca. Na parcela foram definidos quatro blocos, cada um deles com três modalidades de ensaio: desfolha à floração (DF), desfolha ao pintor (DP) e sem desfolha (SD). Nas modalidades desfolhadas, foram removidas seis a oito folhas basais dos sarmentos (até ao segundo arame). A recolha de amostras para controlo de maturação teve início quatro semanas após o pintor e foi realizada com uma periodicidade semanal até à data da colheita. Foi feita a contagem dos bagos por cacho, registado o peso e diâmetro de cada bago de forma a perceber a sua evolução em cada modalidade de ensaio. Foram realizadas análises de controlo de maturação, onde se mediu para cada amostra o teor alcoólico provável, a massa volúmica, o pH e a acidez total. Foram também realizadas análises para determinação do índice de polifenóis totais, antocianinas e taninos, intensidade e tonalidade da cor. A desfolha resultou numa redução significativa da área foliar, verificando-se diferenças na resposta da videira em função de cada modalidade de ensaio. Nas videiras com desfolha à floração, verificou-se uma melhor capacidade de resposta, ou seja, a planta adaptou-se à redução de área foliar desenvolvendo mecanismos que levaram ao desavinho, ficando assim com um menor número de bagos para desenvolver. Observou-se ainda a capacidade das videiras de repor a área foliar, de forma a garantir um bom desenvolvimento dos bagos no período de maturação. Nas videiras com desfolha ao pintor, não se verificou a mesma capacidade de resposta, não houve desavinho e a reposição de área foliar não se verificou com a mesma intensidade. Com base nos dados recolhidos, foi possível encontrar algumas diferenças entre as três modalidades de ensaio, verificando-se os maiores ganhos qualitativos nas amostras provenientes das videiras com desfolha à floração.
