Author(s): Alves, P. M.
Date: 2019
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10071/23455
Origin: Repositório ISCTE
Subject(s): Call centers; Precariedade; Ação coletiva; Sindicatos; Portugal
Author(s): Alves, P. M.
Date: 2019
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10071/23455
Origin: Repositório ISCTE
Subject(s): Call centers; Precariedade; Ação coletiva; Sindicatos; Portugal
Os call centers concentram uma importante fatia da força de trabalho a nível mundial, neles se assistindo a uma profunda “degradação real do trabalho virtual” (Antunes e Braga, 2009). E se revelam a continuidade da aplicação dos princípios típicos do regime despótico de Taylor e Ford, assim contrariando as teses do pós-fordismo, também constituem o símbolo do modelo de organização empresarial típico do capitalismo atual, onde a racionalização de custos conduz à prática da subcontratação envolvendo uma precariedade generalizada. As mudanças têm atingido igualmente a dimensão subjetiva dos trabalhadores, passando pela apologia do individualismo e pelo incentivar da competição entre eles. Paralelamente, são implementadas novas práticas hegemónicas de dominação e uma novilíngua surge visando produzir o consentimento da dominação, levando os trabalhadores a cooperar com a reprodução do capital. Nestas condições, que lugar para a ação coletiva? Pretende-se evidenciar que apesar das práticas de dominação implementadas a dificultarem, através da produção do conformismo que conduz à lealdade, e apesar da fuga individual ser a atitude prevalecente, ela é possível. Para que ocorra é necessário que se verifiquem as condições enunciadas por O´Sullivan e Turner (2013). Contudo, essas são condições necessárias, mas não suficientes para a desencadear. Para que suceda é absolutamente indispensável a presença nos locais de trabalho de um sindicato militante que mobilize os trabalhadores. Esta comunicação tem por base um estudo de caso realizado num call center de Lisboa. Foram feitas entrevistas com trabalhadores e militantes sindicais e procedeu-se a análise documental incidindo sobre documentos sindicais e patronais.