Autor(es):
Freire, Ana Rita Monge
Data: 2013
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10071/7106
Origem: Repositório ISCTE
Assunto(s): Satisfação no trabalho; Teoria da seletividade socioemocional; Idade cronológica; Ciclos de vida ativa; Valores do trabalho; Job satisfaction; Theory of socioemotional selectivity; Chronological age; Active life cycles; Work values
Descrição
Com a esperança média de vida a aumentar, a promoção da satisfação no trabalho ao longo da vida é um dos desafios mais importantes das nossas sociedades. A otimização da satisfação no trabalho nas diferentes fases do ciclo de vida ativa permitirá um envelhecimento ativo dos nossos colaboradores e das nossas organizações. O objetivo deste trabalho consistiu em investigar a existência de diferenças nos níveis de satisfação no trabalho para os indivíduos de faixas etárias distintas (20 aos 34, 35 aos 49 e 50 aos 64 anos), bem como nos valores do trabalho. Para isso, analisámos os dados do European Social Survey [ESS] de 2010 e do International Social Survey Program [ISSP] de 2005, relativamente à amostra de Portugal (637 participantes e 834 participantes, respetivamente). O nosso estudo recorreu à Teoria da Seletividade Socioemocional (Carstensen, 1995, 2006; Carstensen, Isaacowitz, & Charles, 1999) para o enquadramento das hipóteses e interpretação dos resultados. Os resultados mostram que apesar de não se terem evidenciado diferenças nos níveis de satisfação no trabalho para os indivíduos em diferentes fases do ciclo de vida ativa, registam-se algumas mudanças no seu conteúdo. Assim, os trabalhadores entre os 20 e os 34 anos valorizam mais a iniciativa própria e a oportunidade de receber formação do que aqueles que têm entre os 50 e os 64 anos (ESS 2010). Pretendemos, com este estudo, perceber como evolui a satisfação com o trabalho ao longo da vida ativa, bem como as alterações naquilo que as pessoas valorizam nas várias fases do ciclo de vida ativa. Com base nos nossos resultados, chamamos a atenção para o desenvolvimento de possíveis ações concretas e intervenções, a nível da concepção do trabalho e das políticas de Recursos Humanos.
With the average life expectancy rising, the promotion of job satisfaction throughout life is one of the most important challenges of our societies. The optimization of job satisfaction during the different phases of the cycle of active life will allow an active aging of our collaborators and our organizations. The objective of this study consisted in investigating the existence of differences on the levels of job satisfaction for individuals of distinct age groups (20 to 34, 35 to 49 and 50 to 64 years), as well as differences on the work values. To achieve this purpose, we analysed the data in the European Social Survey [ESS] from 2010, and in the International Social Survey Program [ISSP] from 2005, relatively to the sample of Portugal (637 participants and 834 participants, respectively). Our study resorted to the Socioemotional Selectivity Theory (Carstensen, 1995, 2006; Carstensen, Isaacowitz, & Charles, 1999) for the framing of the hypotheses and interpetration of the results. The results allow us to affirm that there are no significant differences on the job satisfaction for the three age groups, however there are registered changes in their contente. Thus, the workers between 20 and 34 years old give more value to self-initiative and to the opportunity to receive training, than those who are between 50 and 64 years old (ESS 2010). We intend, with this study, to understand how does job satisfaction evolve throughout active life, as well as the modifications in the things that the workers value in the different stages of the cycle of the active life. Based on our results, we draw the attention to the development of possible specific actions and interventions, at the level of the job conception and Human Resources policies.