Autor(es):
Silva, Cátia Sofia Esteves da
Data: 2015
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.12/4206
Origem: Repositório do ISPA - Instituto Universitário
Assunto(s): Acidificação; Ucrit; Biomarcadores; Atherina presbyter; Ocean acidification; Biomarkers
Descrição
A acidificação oceânica é um problema global, cujos efeitos são ainda pouco estudados. Com maior foco de investigação em organismos com exoesqueleto calcário, pouca atenção tem sido dada ao potencial impacto noutros processos e componentes do ecossistema, como o caso dos estágios iniciais do ciclo de vida de outros organismos, como os peixes. Neste sentido, o principal objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da exposição a elevadas concentrações de pCO2 no comportamento, desenvolvimento e metabolismo das fases larvares do peixe-rei, Atherina presbyter. As larvas em estado de desenvolvimento de flexão e pós-flexão foram capturadas no parque marinho da Arrábida, Portugal, e mantidas em condições controladas com diferentes níveis de pCO2 (Controlo: ~600μatm; Médio: ~1000μatm; Elevado: ~1800μatm) entre 7-15 dias, antes da sua velocidade crítica de natação (Ucrit) ser testada. Adicionalmente, foram determinados dados morfométricos e biomarcadores bioquímicos relacionados com stress oxidativo (SOD, CAT, LPO, danos no DNA e ROS) e metabolismo energético (ETS, LDH, IDH e Hidratos de Carbono). Os resultados sugerem que o comportamento natatório das larvas não é afectado pela exposição a elevados níveis de CO2; no entanto os resultados bioquímicos apoiam a hipótese de que elevados custos energéticos poderão estar associados a alterações morfométricas, bem como à exposição a um maior stress ambiental. Este estudo contribui com informação relativa à sensibilidade desta espécie em condições futuras de acidificação oceânica, demonstrando que apesar da ausência de efeitos comportamentais natatórios, a resposta metabólica evidencia a existência de stress oxidativo em elevado pCO2, cujas consequências futuras são ainda desconhecidas.