Author(s):
Marcelo Oliveira de Almeida
Date: 2021
Persistent ID: http://hdl.handle.net/1843/38025
Origin: Oasisbr
Subject(s): Agroecologia; Comunicação popular; Comunicação pública da ciência; Direito à comunicação; Educação; Comunicação; Ecologia agrícola; Comunicação na educação; Comunicação na ciência; Comunicação na agricultura
Description
Diante dos severos impactos sociais e ambientais decorrentes do agronegócio, cresce a importância em ampliar e fortalecer as iniciativas que se baseiam na aplicação dos princípios da ecologia para o estudo e o manejo de agroecossistemas. Na agroecologia, a produção agrícola não é apenas uma questão técnica, mas uma prática social que busca a democratização de sistemas alimentares a partir do diálogo entre o conhecimento científico-acadêmico e os conhecimentos dos povos do campo, das águas, das florestas e das cidades. Tendo em vista a importância da comunicação para a ampliação da agroecologia no Brasil, esta dissertação buscou contribuir para a qualificação das estratégias e iniciativas comunicativas realizadas pelas organizações do movimento agroecológico. A pesquisa procurou inicialmente contextualizar historicamente a existência de diferentes estilos de agricultura na nossa sociedade, com foco na consolidação do agronegócio enquanto modelo dominante de agricultura e na construção da agroecologia enquanto ciência, movimento político e prática social. Em seguida, sob a perspectiva dos estudos sobre direito à comunicação e sobre ciência, tecnologia e sociedade, esse trabalho pretendeu situar a importância da comunicação das controvérsias científicas para os processos de regulação das biotecnologias empregadas na agricultura, especialmente os agrotóxicos e os organismos geneticamente modificados (OGMs). Finalmente, a partir do estudo de documentos produzidos por comunicadoras e comunicadores inseridas/os em atividades da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), mais especificamente na realização do IV Encontro Nacional de Agroecologia (IV ENA), essa pesquisa procurou identificar e sistematizar características e abordagens que orientam as iniciativas de comunicação popular e agroecológica. Deve-se destacar ainda que os resultados e análises desse trabalho estabeleceram os conceitos e forneceram os subsídios para elaboração do livro “Propostas para Comunicação Agroecológica”. Além de uma breve reflexão sobre o direito à comunicação, a publicação traz sete diretrizes para inspirar e orientar a realização das práticas de comunicação relacionadas à agroecologia; e alguns exemplos de iniciativas que nos mostram como é possível construir novos paradigmas para uma comunicação e para sistemas alimentares mais justos e democráticos.