Author(s): MELO, Joana Pereira dos Santos Bandeira de
Date: 2019
Origin: Oasisbr
Subject(s): Psicologia cognitiva; Psicanálise; Autismo em crianças; Música; Melodia
Author(s): MELO, Joana Pereira dos Santos Bandeira de
Date: 2019
Origin: Oasisbr
Subject(s): Psicologia cognitiva; Psicanálise; Autismo em crianças; Música; Melodia
CAPES
O presente trabalho de Dissertação de Mestrado pretende abordar a questão da música e do autismo à luz da psicanálise. Supomos que a música – enquanto melodia presente na voz (Outro) – possui características estruturantes para a construção psíquica da criança como sujeito. Indagamos o papel da música enquanto aquela que possibilitará a retomada do processo de Alienação e, em conseguinte, o da Separação, processos imprescindíveis na constituição do sujeito do inconsciente. Logo, com a contribuição dos teóricos psicanalíticos, são abordadas temáticas referentes à linguagem, à constituição do sujeito, o autismo e as relações da melodia musical com a voz, objeto da pulsão invocante. Para tal, utilizamos do método de Estudo de Caso que possibilita um encontro mais apropriado entre as propostas metodológicas deste estudo e dos objetivos que o mesmo comporta. Os Dados que comportam a análise deste trabalho, foram adquiridos através de filmagens, os quais foram transcritos, cedidos pela pesquisadora responsável. Tais registros fazem parte do Banco de Dados do CEMPI - Centro Médico Psicopedagógico Infantil, da cidade do Recife. O sujeito escolhido para o estudo, foi uma criança que, na época das filmagens, tinha 11 anos e apresentava o diagnóstico de autismo. Todos os registros foram autorizados pelos pais das crianças e pela instituição. Foram utilizadas as transcrições das sessões em grupo ou individuais, com destaque as manifestações melódicas (por exemplo, onomatopeias) e as produções verbais (por exemplo, ecolalia) do sujeito. O estudo constatou que falas puderam servir de sentido a partir da relação dialógica possibilitada pela escuta psicanalítica entre o sujeito e as suas terapeutas. Além disso, identificamos que uma quantidade considerável de estereotipias e ecolalias, tais como os movimentos repetitivos de balançar os braços e repetições de palavras como “chora” ou “ir embora”, e onomatopeias, encontraram, nas terapeutas, boas entendedoras do som, ao mesmo tempo que possibilitavam supor na criança um sujeito de desejo, como saída de um estado de pura necessidade, saída que marca os processos de Alienação e Separação.
This Master's Thesis work aims at addressing the issue of music and autism in the light of psychoanalysis. We assume that music - while melody present in the voice (Other) - has structural characteristics for the psychic construction of the child as a subject. We asked what the role of music is as one that will allow the resumption of the Alienation process, and therefore the Separation, essential processes in the constitution of the subject of the unconscious. Thus, with the contribution of psychoanalytic theorists, themes relating to language, the constitution of the subject, autism, and relations of musical melody with the voice - as the object of invoking drive - are addressed. For this purpose, we used the method of case study that enables a more appropriate match between the methodological proposals of this study and the objectives therein contained. Data involving the analysis of this study were acquired through filming transcribed by the researcher assigned responsibility. These records are part of Database CEMPI - Children Psychopedagogical Medical Center, in the city of Recife. The subject chosen for the study was a child who, at the time of filming, was 11 and had a diagnosis of autism. His parents and the institution committed all records. Transcripts of sessions in group or individual, considering the melodic manifestations (e.g., onomatopoeia) and verbal productions (e.g., echolalia) of the subject were used. This study found that speech could convey meaning through the dialogical relationship, which made possible by psychoanalytic listening between the subject and their therapists. Furthermore, we identified that a considerable number of stereotypies and echolalia, repetitive movements, such as swinging arms and repetitions of words like " cry " or " go " and onomatopoeia, found in the therapists, good listeners. They made the supposition of the child to become the subject of desire possible while leaving a state of pure necessity - characteristic of the Alienation and Separation process.