Author(s):
Ventura, Maria Inês Soares
Date: 2024
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.5/102528
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Subject(s): Urticária aquagénica; Urticária crónica; Urticária crónica induzível; Teste de controlo da urticária; Indice de qualidade de vida em dermatologia; Dermatologia; Pediatria
Description
A Urticária Aquagénica constitui um subtipo de Urticária Crónica Induzível (UCI) desencadeada pela exposição cutânea à água, independentemente da sua origem e temperatura. É uma patologia rara, constituindo apenas 0,3% de todas as urticárias crónicas e tem principal incidência no sexo feminino durante a puberdade. Esta entidade clínica manifesta-se na forma de pápulas foliculocêntricas com diâmetro de 1 a 3 mm e erupções eritematosas circundantes que podem alcançar os 3 cm de diâmetro, no período de 20 a 30 minutos após o contacto com a água. Podem estar presentes sintomas acompanhantes tais como prurido, sensação de ardor e parestesias. Embora estejam descritas diversas teorias acerca da patogénese da doença, quer dependentes de histamina, quer independentes, o mecanismo concreto subjacente à urticária aquagénica ainda permanece por esclarecer. O diagnóstico baseia-se na anamnese e numa prova de provocação com água, devendo, por outro lado, ser realizados testes adicionais para excluir outros tipos de urticária induzível. Ainda que seja raro, pode coexistir mais que um tipo de urticária induzível num doente, o que pode dificultar o diagnóstico e o tratamento. Atualmente, a abordagem terapêutica de primeira linha inclui a administração oral de anti-histamínicos H1 de segunda geração. No entanto, pode ser necessário associar outras terapêuticas, nomeadamente tópicas ou fototerapia. Descreve-se o caso de uma adolescente de treze anos, com queixas de exantema urticariforme recorrente após o contacto cutâneo tanto com água fria como com água quente, desde os nove anos de idade. Discute-se a abordagem diagnóstica e terapêutica do caso à luz do conhecimento atual.