Autor(es): Sobral, José Manuel
Data: 2016
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/25040
Origem: Repositório da Universidade de Lisboa
Assunto(s): Bacalhau; Alimentação
Autor(es): Sobral, José Manuel
Data: 2016
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/25040
Origem: Repositório da Universidade de Lisboa
Assunto(s): Bacalhau; Alimentação
Poucos dias antes do Natal de 2014, uma notícia da agência Lusa divulgava que os portugueses consumiam um milhão de quilos de bacalhau na Consoada. lsto significava, de acordo com um estudo citado na mesma peça, que 78% das famílias comiam bacalhau nesta ocasião, seguindo-se logo a seguir o polvo (7%), enquanto apenas uma minoria consumia carne. O consumo rituaI do bacalhau no Natal é antigo em Portugal. Não conseguimos datar o seu início. Em 1866, num texto hoje esquecido, já se faz referência ao seu papel nesta ocasião: "Qualquer, vendo que o centro do sistema culinário daquela noite está representado pelo peixe popular de que a Terra Nova fornece os nossos mercados, julgará estar assistindo a uma ceia puramente aldeã. Não é, porém, assim. No Minho, desde o mais rico habitante da cidade até ao pobre camponês que janta um magro caldo e um bocado de boroa junto da sua enxada, todos comem bacalhau naquela noite. É essencial, é da festa: e sabe Deus quantos passam grandes privações para o obter". O texto é escrito num tom nostálgico, o de um minhoto que evoca na capital o universo idealizado da sua infância, passada ainda na primeira metade do século.