Author(s):
Caldeira, Inês Duarte
Date: 2019
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/43336
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Subject(s): mieloma múltiplo; diagnóstico; tratamento; regimes terapêuticos; anticorpos monoclonais; Mestrado Integrado - 2019
Description
O mieloma múltiplo é uma doença maligna de células plasmáticas, caracterizada pela proliferação de plasmócitos na medula óssea e pela produção de quantidades excessivas de uma imunoglobulina monoclonal, levando ao desenvolvimento de fadiga, anemia, infeções, lesões ósseas, hipercalcémia e disfunção renal. O diagnóstico é feito essencialmente por exames laboratoriais, incluindo hemograma completo; eletroforese de proteínas séricas e urinárias com imunofixação; punção e biópsia medular, para confirmar a presença de plasmócitos; e exames imagiológicos, para evidenciar os chamados critérios CRAB (hyperCalcemia, Renal insufficiency, Anaemia, Bone lesions). O tratamento do mieloma múltiplo passa por estabelecer o melhor regime terapêutico adaptado a cada doente, com base na genética do tumor e a situação clínica do doente, incluindo a idade, as comorbilidades e a função renal. Para doentes mais novos e em boas condições clínicas, o transplante autólogo de células estaminais é a terapêutica de primeira linha. Em doentes não elegíveis para transplante, vários fármacos estão disponíveis incluindo imunomoduladores, inibidores do proteassoma, inibidores da histona desacetilase e anticorpos monoclonais. No geral, as terapêuticas combinadas resultam em melhores taxas de resposta e sobrevida do doente. Apesar das várias opções disponíveis para o tratamento do mieloma múltiplo, a maioria dos doentes sofre várias recidivas e desenvolve resistências aos fármacos. A abordagem terapêutica para o mieloma múltiplo recidivado é complexa e a procura de novas opções de tratamento tem sido contínua, de modo a oferecer alternativas a doentes submetidos a múltiplas linhas terapêuticas. Novos regimes, fármacos com mecanismos de ação diferentes e novos métodos na área da imunoterapia, encontram-se sob investigação em ensaios clínicos. Estas novas terapêuticas mostram-se promissoras no tratamento futuro, em doentes que já esgotaram todas as opções tradicionais de tratamento. Apesar de todos os avanços conseguidos nos últimos anos, de melhoria de qualidade de vida e do aumento do tempo de sobrevida, o mieloma múltiplo continua uma doença incurável.