Author(s):
Ribeiro, Diana Bastos Vieira Reis
Date: 2022
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10451/57895
Origin: Repositório da Universidade de Lisboa
Subject(s): Amaryllidaceae; Alcaloides; Cancro; Doença de Alzheimer; Galantamina; Mestrado integrado - 2022
Description
A família das Amaryllidaceae possui grande importância na floricultura e na indústria farmacêutica. É possível extrair alcaloides com elevado interesse medicinal das suas plantas. O cancro é uma patologia que a cada ano regista um número crescente de casos e consequentes mortes. São necessários novos fármacos anticancerígenos com menores níveis de toxicidade e com novos mecanismos de ação. Atualmente, estão a ser estudados diferentes tipos de alcaloides das Amaryllidaceae com atividade anticancerígena. É o caso do alcaloide licorina, que demonstrou grande potencial na leucemia promielocítica aguda; da narciclasina, com excelentes resultados no carcinoma do colo do útero; da pancratistatina, com resultados promissores nos carcinomas da próstata e da mama; e ainda da jonquailina, do grupo tazetina, com resultados surpreendentes no cancro resistente do pulmão. Os alcaloides das Amaryllidaceae têm demonstrado essencialmente uma atividade antiproliferativa, isto é, inibição da proliferação, da migração, da invasão e da sobrevivência das células cancerígenas. O mecanismo de indução da apoptose celular foi também demonstrado. A Doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que tem sofrido um aumento crescente do número de casos, nos últimos anos, devido ao envelhecimento da população. Atualmente, o fármaco galantamina, um alcaloide extraído das Amaryllidaceae, está aprovado para o tratamento sintomático dos casos leves a moderados da Doença de Alzheimer. É o único fármaco derivado das Amaryllidaceae existente no mercado. O alcaloide sanguinina exibiu também forte atividade como inibidor da colinesterase. Além da galantamina, acredita-se que os alcaloides do tipo licorina são o grupo mais promissor para o tratamento da Doença de Alzheimer. O objetivo será aumentar o número de fármacos provenientes destas plantas, no entanto são necessários anos de investigação e de dedicação ao seu estudo. Esta revisão centra-se no estudo das atividades anticancerígena e anticolinesterásica e na possibilidade de desenvolvimento de novos fármacos a partir dos alcaloides das Amaryllidaceae com a finalidade de combater estas patologias.