Autor(es):
Cardoso, Teresa Margarida Canhoto
Data: 2022
Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10451/58848
Origem: Repositório da Universidade de Lisboa
Assunto(s): Esquizofrenia; Psicose; Perfil lipídico; Comportamentos suicidas; Suicídio; Psiquiatria; Psicologia médica
Descrição
Introdução: A esquizofrenia é uma doença mental grave, cuja mortalidade e morbilidade estão altamente relacionadas com os comportamentos suicidas. Vários estudos demonstraram que o aumento do risco de suicídio pode estar relacionado com uma desregulação metabólica, com especial ênfase na alteração do perfil lipídico. O objetivo desta revisão sistemática é confirmar se e que relação existe entre uma alteração do perfil lipídico e o aumento dos comportamentos suicidas, e de que forma isso se traduz num aumento da mortalidade; relacionar o aumento do risco de suicídio com um aumento do risco de depressão major; perceber se existem potenciais biomarcadores do risco de suicídio que possam identificar doentes de alto risco. Métodos: Pesquisa na literatura de artigos originais entre 2010-2022, disponíveis integralmente no PubMed/MEDLINE, escritos em português ou inglês, que relacionem alterações do perfil lipídico em doentes com esquizofrenia com aumento dos comportamentos suicidas, em jovens adultos (com mais de 16 anos), tendo por base a metodologia PRISMA. Resultados: Foram incluídos dez estudos na revisão final. Cinco estudos demonstraram o aumento dos comportamentos suicidas aquando de uma diminuição do valor de várias lipoproteínas; dois estudos demonstraram uma associação entre o aumento do perfil lipídico e o aumento de comportamentos suicidas, e três estudos falharam em demonstrar associação estatisticamente significativa. Conclusões: A avaliação qualitativa dos estudos disponíveis revela estudos moderados/fracos, com fraca relação causa-efeito, e a necessitar de estudos futuros prospetivos randomizados, em populações maiores, mais homogéneas e mais representativas. Até ao momento, a utilização do perfil lipídico como um biomarcador do risco de comportamentos suicidas é ainda muito precoce e contraditória.