Efeito das manipulações osteopáticas sobre a atividade mioelétrica do assoalho pélvico

• Autor(es): Arcanjo, Giselle Notini
• Data: 2020
• Identificador Persistente: https://hdl.handle.net/10348/12914
• Origem: Repositório da UTAD
• Assunto(s): incontinência urinária; manipulações osteopáticas; atividade muscular
• Tipo de Documento: Tese de doutoramento
• Idioma: Português
• Contribuidor(es): Alves, José Vilaça; Repositório Institucional da UTAD; Lima, Pedro Olavo de Paula

Descrição

Estudos descrevem efeitos neurofisiológicos das técnicas de manipulação otimizando a excitabilidade corticoespinal, afetando a força e o controle neuromuscular, melhorando também o controle proprioceptivo. Mas, essas repercussões são ainda controversas e a resposta das análises são diferentes entre os estudos. Ademais, o tempo de permanência dos efeitos das manipulações e a quantidade de manipulações que são necessárias para alterar/permanecer esses efeitos ainda é desconhecido. Assim, devido à grande importância dos efeitos das técnicas manipulativas sobre a atividade muscular, tornou-se necessária esta investigação científica. Estas questões podem ajudar o terapeuta a prescrever melhor as técnicas manipulativas em diversas situações de treino ou fraqueza muscular. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito das manipulações osteopáticas sobre a atividade mioelétrica do assoalho pélvico. Para melhor entender as questões sobre como são os efeitos das manipulações sobre a atividade muscular uma revisão sistemática foi realizada. Baseado na revisão sistemática realiza verificou-se que as evidências são insuficientes e conflitantes em relação ao efeito da manipulação articular na atividade mioelétrica e na força, mas observa-se que em pessoas com condições patológicas pode ocorrer aumento dessa capacidade após a manipulação osteopática. De seguida realizou-se um 1º estudo com o objetivo de testar a confiabilidade inter-examinador dos testes musculoesqueléticos e viscerais utilizados para avaliar a região pélvica nas 20 mulheres que participaram dos grupos de intervenção com técnicas manipulativas e osteopáticas. Oito testes de palpação e mobilidade da região pélvica foram realizados por dois fisioterapeutas diplomados em Osteopatia. No geral, a confiabilidade interexaminador dos testes foi baixa para avaliar a região pélvica destas mulheres. Por fim, realizou-se o estudo experimental com o objetivo de comparar os efeitos das manipulações osteopáticas e do treino muscular do assoalho pélvico sobre a atividade eletromiográfica do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária de esforço. Quarenta mulheres foram divididas em 4 grupos (intervenção apenas utilizando uma técnica de HVLA/thrust para sacroilíaca e para região ao nível de T10-L2; protocolo osteopático global; treino muscular do assoalho pélvico e controle). Foi avaliado a atividade elétrica do assoalho pélvico em 5 momentos diferentes (antes da intervenção, imediatamente após, 30 minutos e uma hora depois e um follow-up de 4 semanas). Os resultados mostraram que não houve mudança significativa na atividade mioelétrica em nenhum momento após as intervenções em nenhum dos grupos analisados e em qualquer tipo de atividade das fibras tônicas ou fásicas do assoalho pélvico. As conclusões gerais desta tese indicam que as manipulações não têm efeitos significativos na atividade elétrica dos músculos do assoalho pélvico.