Author(s):
Oliveira, Raquel Teixeira
Date: 2022
Persistent ID: https://hdl.handle.net/10348/13267
Origin: Repositório da UTAD
Subject(s): qualidade de vida relacionada à saúde; bem-estar psicológico; sono; atividade física; estudantes do ensino superior; enfermagem comunitária
Description
O sono serve várias funções diferentes do organismo (reparação, crescimento, consolidação da memória e aprendizagem), sendo influenciado pelo estilo de vida do indivíduo. A privação do mesmo tem sido relacionada com agressividade, ansiedade, acidentes, violência, abuso de substâncias e presença de comportamentos de risco. O insucesso escolar e as dificuldades cognitivas também têm sido associados à privação de sono. A reduzida quantidade e a qualidade do sono é muito comum na população mais jovem, gerando sonolência diurna e afetando a sua saúde e qualidade de vida. Os estudantes universitários são particularmente vulneráveis a problemas de sono devido à adoção de comportamentos mais sedentários, irregularidades no horário de deitar e levantar ou pelo facto de, nalguns casos, serem alunos deslocados (não residem na casa dos pais ou de outros familiares). A prática regular de atividade física permite reduzir os distúrbios do sono, tendo um efeito ansiolítico e regulando o ritmo circadiano. O presente estudo, desenvolvido com 72 estudantes universitários de uma instituição do ensino superior do norte do país, procurou analisar as diferenças da qualidade de vida relacionada à saúde, em função do género, bem-estar psicológico, presença de insónia e níveis de atividade física habitual. Trata-se de um estudo de caráter correlacional e analítico que foi desenvolvido numa universidade do norte do país. Para a sua realização, recorreu-se à utilização dos seguintes instrumentos: questionário de caraterização sociodemográfica e académica, Escala de Qualidade de Vida Relacionada à Saúde, Escala de Insónia de Atenas, Questionário de BemEstar Psicológico e Questionário AUDIT-C. Foi também apreciada a atividade física num subgrupo da amostra, através da utilização de acelerómetros. A média de idades dos estudantes foi de 21 anos, coexistindo uma maior predominância de elementos do género feminino (75,3%). A maioria dos estudantes entrou no curso em primeira opção, relativamente à preferência do mesmo (91,8%). Quanto à deslocação da área de residência durante o ano letivo, 56,2% dos estudantes fez essa deslocação, residindo 91,8% dos estudantes com amigos/colegas. Verificou-se que a 97,1% dos pais dos estudantes estavam empregados, sendo o financiamento dos estudos suportado pelos próprios pais, 24,7% através de bolsa de estudo, 12,3% pelo próprio aluno e os restantes 2,7% por outros familiares. Apenas 18,1% da amostra documentou a presença de hábitos tabágicos, 26,4% tomava algum tipo de medicação, 57,5% consumia café, chá ou outras bebidas estimulantes e apenas 2,7% utilizava fármacos para dormir. Com base nas hipóteses que foram formulados, os resultados documentaram existir uma associação significativa entre o género e a QV (saúde física), denotando-se nas raparigas, em comparação com os rapazes, menor saúde física e mental. Ambos os géneros evidenciaram uma associação significativa entre o bem-estar psicológico e a saúde física e mental, no entanto foram identificados melhores valores nos rapazes do que nas raparigas. Não foi observada uma associação significativa entre a atividade física e a saúde física e mental, contudo foi identificada uma relação inversas destas últimas com a insónia.