Author(s):
Andrade, Maria Francisca Fonseca de Sá
Date: 2024
Persistent ID: https://hdl.handle.net/10348/13420
Origin: Repositório da UTAD
Subject(s): abortos; bovinos de aptidão leiteira; fatores infeciosos; fatores não infeciosos; perdas reprodutivas
Description
O aborto bovino conduz a perdas reprodutivas significativas apresentando elevada importância económica nas explorações, podendo ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento embrionário ou fetal. O presente estudo foi realizado em 3 explorações alentejanas (A, B e C) de bovinos de aptidão leiteira. Os dados analisados compreenderam um período total de um ano, correspondendo ao período compreendido entre 1 de maio de 2022 e 30 de abril de 2023. A prevalência anual de abortos na exploração A foi de 14% (123 abortos em 879 vacas). A exploração B apresenta valores anuais abortivos de 11% (31 abortos em 282 animais). Por último, a exploração C apresentou cerca de 11% de perdas reprodutivas ao longo do ano (39 abortos em 355 animais). A proporção dos abortos ocorridos no primeiro trimestre foi muito superior quando comparado com os restantes dois trimestres de gestação. Os abortos ocorreram aos 76,4±4,1 (n=110) e 102,4±4,9 (n=83; P <0,001) dias de gestação e dias em lactação em vacas recuperadas e refugadas, respetivamente. Também se observou que o aborto ocorreu numa fase mais inicial da lactação (190,1±8,7; n=110) em vacas recuperadas do que em vacas refugadas (269,1±10,3 dias; n=83; P<0,001). Foram necessários 111,2 ± 3,8 dias para obter uma nova IA fecundante, após a 1ª, nas vacas recuperadas. A associação entre parâmetros reprodutivos e refugo ou recuperação de vacas abortadas permitiu observar que vacas refugadas tiveram um risco relativo de mais 26,4% de não terem historial de abortos fora do período de estudo do que vacas recuperadas e, estas últimas, tiveram um risco relativo de mais 70,0% de não terem mais que um aborto na mesma lactação do que vacas refugadas. São vários os fatores que podem conduzir a uma interrupção gestacional: fatores infeciosos e não infeciosos. Por ser uma problemática multifatorial, é importante estabelecer quais os fatores de risco e quais os melhores meios de diagnósticos de forma a resolver ou reduzir a incidência das perdas ao longo da gestação. Os nossos resultados evidenciam que a recuperação das vacas abortadas depende primariamente do seu potencial económico.