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Abordagem ecográfica à doença gástrica e intestinal no cão e no gato

Autor(es): Almeida, Carolina Pereira Torres de

Data: 2016

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10348/6326

Origem: Repositório da UTAD

Assunto(s): Animais de estimação; Trato gastrointestinal; Ecografia; Inflamação; Obstrução intestinal; Neoplasias intestinais


Descrição

A diarreia, o vómito e a anorexia no cão e no gato são alguns dos sinais clínicos mais comuns no dia-a-dia clínico e constituem indicações para a ecografia gastrointestinal. A ecografia não apresenta riscos biológicos comparativamente à radiografia ou tomografia, não é invasiva e permite avaliar a motilidade gastrointestinal em tempo real, assim como as características da parede do trato gastrointestinal, linfonodos associados, o tipo e origem das lesões, permitindo a realização de citologias aspirativas e biópsias ecoguiadas. Permite, ainda, fazer um acompanhamento pós cirúrgico e avaliar a progressão de tumores malignos após a quimioterapia. Na maioria dos animais uma sonda de elevada frequência permite avaliar a espessura e as camadas da parede do trato gastrointestinal. A ecografia é efetuada em modo-B, sendo que o Doppler permite avaliar a circulação sanguínea. É aconselhável o jejum de 12 horas, não sendo necessário restringir o acesso à água, previamente à ecografia. Deve proceder-se à tricotomia da região abdominal ventral e aplicar gel sobre a pele. O decúbito escolhido é variável consoante a região que se pretende avaliar. No abdómen cranial esquerdo é possível encontrar o fundo do estômago. O antro e a porção pilórica observam-se movendo a sonda para a direita da linha média. O duodeno é seguido caudalmente ao longo da parede abdominal direita. O restante intestino delgado é avaliado por varrimentos lentos e sistemáticos do abdómen em planos transversos e sagitais. O íleo parece terminar abruptamente num segmento intestinal largo, o cólon, medialmente ao duodeno. O cólon descendente pode ser seguido cranialmente desde o canal pélvico, ao longo da parede abdominal esquerda, até ao nível do cólon transverso, caudalmente ao estômago. A parede gastrointestinal normal inclui cinco camadas: interface lúmen-mucosa, mucosa, submucosa, muscular e serosa, do lúmen para a periferia. A mucosa e a muscular são hipoecogénicas e as restantes hiperecogénicas. A parede gástrica normal pode medir até 5 mm, a do intestino delgado até 4 a 6 mm e a do cólon até 2 a 3 mm, no cão. No gato, a parede gástrica deve medir até 4,4 mm, a parede do intestino delgado até 3,2 mm e a do cólon até 2,5 mm. As principais alterações gastrointestinais passíveis de identificar ecograficamente incluem dilatação, obstrução, corpos estranhos, intussusceções, ulceração, alterações de motilidade e espessamento da parede. O espessamento difuso é mais comum em inflamação, nomeadamente IBD (Inflammatory Bowel Disease), o espessamento focal com perda das camadas é mais comum em neoplasias, sendo o adenocarcinoma, linfoma ou leiomiossarcoma mais frequentemente encontrados. Como objetivo deste trabalho pretende-se contrapor os casos de estágio com a revisão bibliográfica, aprender a abordar ecograficamente o trato gastrointestinal normal e a identificar alterações. A maioria dos casos mostrados e descritos no texto vai de encontro ao que está reportado na literatura. No entanto, e principalmente na distinção entre processos inflamatórios e neoplásicos, a ecografia parece ainda não permitir predizer de que processo se trata, daí que seja necessária a citologia aspirativa e/ou biópsia para diagnóstico histopatológico.

Tipo de Documento Dissertação de mestrado
Idioma Português
Contribuidor(es) Almeida, José; Repositório Institucional da UTAD; Machado, João Pedro de Almeida Carneiro Silva
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