Author(s): Felizes, Joel
Date: 2005
Persistent ID: https://hdl.handle.net/1822/36561
Origin: RepositóriUM - Universidade do Minho
Author(s): Felizes, Joel
Date: 2005
Persistent ID: https://hdl.handle.net/1822/36561
Origin: RepositóriUM - Universidade do Minho
O poder local surge-nos como lugar onde se cruzam múltiplos acontecimentos e múltiplos protagonistas. Ao enunciarmos este poder enquanto discurso, configurado numa tentativa de afirmação hegemónica, vemos nesse movimento serem moldadas as identidades e estratégias dos agentes, mostrandose assim como nunca inteiramente concretizadas, como sujeitas a contrariedades. A relevância das autarquias municipais foi por nós ponderada tendo em vista uma problematização das implicações do facto de essas unidades terem um estatuto marginal no contexto dos sistemas políticos, marginalidade que, no caso português, segundo demonstram vários estudos, parece agravada. Por isso, numa primeira impressão, o poder local português, ao veicular um discurso particularmente vocacionado para a anulação da diferença e da conflitualidade, não parece reunir condições para, no quadro democrático, constituir uma instância de competição plural entre projectos políticos rivais. No entanto, essa marginalidade também sugere a hipótese de existirem no terreno acentuados contrastes, incluindo algumas dinâmicas que podem pontualmente contribuir para a revitalização do poder local. Portanto, também nos orientámos para a busca, sobretudo no plano dos discursos, das diferentes maneiras de viver e dizer este poder, procurando estabelecer uma ponte entre a diversidade de perspectivas teóricas e a pluralidade de formas que assume a presença do poder local.