Author(s):
Ryttinger, Raquel Carvalho de Queiroz
Date: 2023
Persistent ID: https://hdl.handle.net/1822/83339
Origin: RepositóriUM - Universidade do Minho
Subject(s): Assimilação de experiências problemáticas; Colaboração terapêutica; Depressão; Estudo de caso; Perturbação de personalidade borderline; Assimilation of problematic experiences; Borderline personality disorder; Case study; Depression; Therapeutic collaboration
Description
Os estudos da presente tese foram fundamentados no pressuposto de que a qualidade da colaboração terapêutica é de suma importância para a construção de um relacionamento interpessoal significativo e para a mudança do cliente. Nesse contexto e norteados pelo modelo de assimilação de Stiles et al. (1990) e pelo modelo de colaboração terapêutica de Ribeiro et al. (2013), analisámos todo o processo terapêutico de casos com diferentes resultados, seguidos em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e Psicodinâmica por recurso metodológico a Escala de Assimilação de Experiências Problemáticas (EAEP) e ao Sistema de Codificação da Colaboração Terapêutica (SCCT). No primeiro estudo comparativo, analisámos como as interações terapêuticas estavam associadas à mudança das clientes, com diagnóstico de depressão e tratadas a partir da Terapia Cognitivo Comportamental. O caso de sucesso alcançou níveis de mudanças mais altos. O aumento das interações terapêuticas com respostas de ambivalência no caso de insucesso é um resultado inovador, sugerindo uma dificuldade da cliente em manter os ganhos terapêuticos das primeiras sessões e uma resistência à mudança. No segundo estudo, caracterizamos o padrão da colaboração terapêutica e a mudança, em um caso de desistência da Terapia Psicodinâmica para perturbação de personalidade borderline. O cliente não apresentou mudança e a díade trabalhou dentro da zona de conforto do cliente. Isto sugere que permanecer mais de 80% das interações numa zona focada no problema parece não favorecer o avanço para a mudança. No terceiro estudo identificamos as interações terapêuticas que caracterizaram os avanços e os retrocessos tanto no processo de mudança quanto, especificamente, em momentos de insights em um caso de sucesso, com diagnóstico de depressão e seguido em Terapia Psicodinâmica. Verificámos um irregular progresso na assimilação de experiências problemáticas, um trabalho colaborativo e intervenções da terapeuta sintonizadas com as necessidades e capacidades da cliente. Os resultados encontrados são consistentes com os modelos norteadores do estudo e sugerem que o desenvolvimento de uma colaboração terapêutica suficientemente boa parece ter suportado a mudança da cliente.