Author(s):
Urbano, Pedro
Date: 2020
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10362/110403
Origin: Repositório Institucional da UNL
Subject(s): Polícia; GENDER; Gender Studies; Women; Women empowerment; Women's History; Women's studies; Public Policies; Public policy; Prostituição; Prostitution; Arts and Humanities(all); History; SDG 5 - Gender Equality
Description
UIDB/04209/2020 UIDP/04209/2020
A carreira policial feminina em Portugal iniciou-se em 1930 com a admissão na polícia de Lisboa das primeiras guardas, as quais desempenharam funções bastante restritas ao longo de todo o Estado Novo. A entrada de agentes femininas na polícia foi antecedida pelo debate público acerca da sua necessidade e seus benefícios, ainda na década de 1920, gerado pelos movimentos feministas, em particular o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, fundado em 1914 pela médica Adelaide Cabete. Por ocasião do primeiro Congresso Nacional Abolicionista organizado em 1926 pela Liga portuguesa Abolicionista, no qual se debateu e defendeu a abolição da prostituição, Adelaide Cabete incide um dos seus discursos sobre a necessidade da existência de uma polícia feminina. Partindo do exemplo de outros países, nos quais as agentes femininas eram já uma realidade, com benefícios comprovados, a médica advoga a existência de uma polícia feminina em Portugal, cujas funções seriam aquelas que viriam a desempenhar as primeiras guardas, nomeadamente a “vigilância e protecção das crianças, jovens e mulheres”, traçando o modelo ideal de agente policial feminina, bem como o seu nível de instrução. Ainda que com o objectivo último de abolir a prostituição, este modelo acabaria por marcar a carreira policial feminina durante os 50 anos que medeiam entre 1930 e 1980.