Author(s):
Loureiro, Rui
Date: 2019
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10362/94552
Origin: Repositório Institucional da UNL
Project/scholarship:
info:eu-repo/grantAgreement/FCT/5876/UID%2FHIS%2F04666%2F2013/PT;
Subject(s): Bibliotecas; Cartografia; Século 16; Circum-navegação; Fernão de Magalhães; Tratados; History
Description
UID/HIS/04666/2019
Encontrar a biblioteca de Fernão de Magalhães é uma verdadeira missão impossível. O grande navegador não produziu qualquer escrito ou relato desenvolvido, e apenas lhe podem ser atribuídos uns poucos textos de circunstância (cartas e memoriais), todos de reduzida dimensão. Contudo, a sua letra aparenta ser a de um homem cultivado e habituada à escrita. Entretanto, nas fontes da época apenas se conseguem encontrar indícios de um livro que inequivocamente estaria na posse de Magalhães, um exemplar de um relato de viagens orientais da autoria de Ludovico de Varthema, impresso pela primeira vez em Roma em 1510. Mas durante os seus anos de formação, e ao longo de uma carreira ultramarina que decorreu em regiões da África Oriental, da Índia, da Ásia do Sudeste e de Marrocos, Fernão de Magalhães teria decerto possuído ou manuseado um certo número de obras – umas impressas, outras manuscritas – relacionadas com esses espaços geográficos e com o movimento de expansão ibérica então em curso. Além disso, a conceção de um projeto de navegação para as ilhas das especiarias por uma rota ocidental, na década de 1510, implicaria ainda o conhecimento de um certo número de obras relacionadas com a navegação astronómica e com a geografia do Novo Mundo. Aqui se ensaia, pois, a tentativa de identificação dos livros que o navegador português em algum momento teria possuído ou manuseado – a biblioteca de Fernão de Magalhães –, seguindo o fio da sua aventurosa biografia.