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Resumo Objetivo Identificar fatores associados ao nascimento de filhos de imigrantes na região Sul do Brasil. Métodos Estudo transversal com dados sobre nascimentos ocorridos no estado do Paraná, de 2014 a 2019, obtidos no Sistema de Informação de Nascidos Vivos. Na análise foi utilizado o método step wise forward, regressão múltipla de Poisson e Razões de Prevalência (RP), sendo considerado quando p ≤ 0,005. Resultados Dos 948.316 nascimentos, 12.665 (1,33%) eram filhos de imigrantes. Os fatores associados ao nascimento de filhos de imigrantes foram: idade da mãe entre 20 e 34 anos (RP:1,36; IC:1,20-1,55), raça/cor não branca (RP:1,90; IC:1,77-2,03), maior escolaridade (RP:2,15; IC:1,97-2,34), quatro filhos vivos (RP: 0,58; IC: 0,45-0,74). As características perinatais associadas foram o início tardio do pré-natal, no segundo trimestre (RP:1,29; IC:1,16-1,43) e no terceiro trimestre (RP:2,14; IC:1,73-2,65), apresentação pélvica ou podálica (RP: 0,74; IC: 0,63-0,86), apgar <7 no 1º minuto (RP:1,30; IC:1,14-1,47), ausência de parto cesáreo anterior (RP:1,20; IC:1,12-1,28); e baixo peso ao nascer (RP:0,79; IC:0,70-0,90). Também apresentaram associação aos fatores, idade do pai, responsável pelo preenchimento da declaração, e a categoria de dados ignorados em distintas variáveis. Conclusão Os principais fatores associados ao nascimento de filhos de imigrantes foram: maior escolaridade, menor proporção de parto cesáreo e de recém-nascidos com baixo peso, apgar mais baixo no 1º minuto, início tardio do pré-natal e número de variáveis ignoradas no preenchimento da declaração, sinalizando especificidades das imigrantes a serem consideradas no planejamento das ações de saúde, sobretudo quanto ao acesso precoce aos serviços de atenção pré-natal.