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Estudo sobre o consumo de estimulantes pelos alunos da Universidade da Beira Interior

Autor(es): Costa, Filipa Daniela Pais

Data: 2020

Identificador Persistente: http://hdl.handle.net/10400.6/11624

Origem: uBibliorum

Assunto(s): Estimulantes; Estudantes Universitários; Farmácia Comunitária; Farmácia Hospitalar; Perfil de Consumo


Descrição

O presente documento, elaborado no âmbito da unidade curricular Estágio, incluído no plano de estudos do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, encontra-se dividido em 3 capítulos: o Capítulo I que aborda a vertente de investigação e os resultados dela obtidos relativamente a um tema do ramo das Ciências Farmacêuticas, integrado na componente Toxicologia; o Capítulo II referente à experiência profissionalizante em Farmácia Hospitalar; e finalmente, o Capítulo III respeitante à experiência profissionalizante na vertente de Farmácia Comunitária. O primeiro capítulo, isto é, o de componente de investigação, aborda a temática do consumo de estimulantes pelos alunos da Universidade da Beira Interior. A prevalência do uso não médico de estimulantes sujeitos a receita médica por estudantes universitários, com o objetivo de melhorar o desempenho académico, encontra-se bem documentada em países como os Estados Unidos da América. Contudo noutros países, onde se inclui Portugal, existe uma profunda carência de estudos no que diz respeito a esta preocupação de saúde pública. Em paralelo, vários estudos têm observado um aumento substancial da procura dos estimulantes não sujeitos a receita médica pela mesma população referenciada, nos últimos anos em Portugal. Deste modo, realizou-se um estudo observacional com a aplicação de um inquérito anónimo e confidencial de respostas fechadas, respondido adequadamente por 390 alunos da população dos 8097 alunos inscritos na UBI no ano letivo 2019/2020. Este teve em vista a recolha de informação sólida e empírica relativamente ao conhecimento, comportamentos e grau de consumo de estimulantes do sistema nervoso central, procedentes de bebidas, suplementos, medicamentos e/ou outras substâncias, pela população descrita em epígrafe. Em adição tentou-se perceber quais os efeitos mais comummente alcançados com a toma destas substâncias; possíveis efeitos secundários resultantes do consumo dos mesmos; contextos associados ao seu consumo, bem como as formas de acesso aos mesmos; etc. Este mesmo inquérito online e inscrito na plataforma Google Forms, obteve aprovação por parte da Comissão de Ética (CE) da UBI no mês de abril do corrente ano 2020. Dos resultados obtidos fez parte a amostra dos 390 inquiridos, com uma maior percentagem de alunos de idade compreendida entre os 21 e os 24 anos (57,4%), do sexo feminino (75,4%) e de nacionalidade portuguesa (95,4%). A área de curso com maior número de alunos participantes revelou ser a área das Ciências da Saúde (n=211). Relativamente aos hábitos de consumo de estimulantes, a maioria dos alunos que os consome (90,0%), definiu o café (65,8%), as infusões/chás/ice tea (53,6%) e o cacau/chocolate (51,9%) como os produtos mais regularmente consumidos pelos mesmos. Para o caso dos medicamentos estimulantes sujeitos a prescrição médica, a maioria assumiu nunca ter consumido, contudo, é necessário ter especial atenção à percentagem de alunos (0,3%) que os assumiram consumir sem possuírem qualquer tipo de patologia do foro cognitivo medicamente diagnosticada e/ou medicada. Dos 351 alunos consumidores de estimulantes do Sistema Nervoso Central, 57,0% afirmaram terem iniciado a toma deste tipo de substâncias paralelamente ao ingresso no ensino secundário (15/16 anos -18 anos), tendo como principais motivos a necessidade de combater a sonolência diurna (59,3%), de aumentar o rendimento académico (57,3%), sintomas como cansaço, nervosismo/ansiedade, depressão, dor de cabeça, etc. (41,9%), bem como a influência do ambiente social (40,2%). Já nas razões da toma continua desses estimulantes encontra-se, igualmente, os três primeiros motivos enunciados, mas, sobretudo, o prazer, satisfação, elevação do humor, gosto pelo sabor/textura (63,5%). A maioria dos alunos revelou fazer um consumo diário de 1 a 2 estimulantes (74,6%), e aumentar esse consumo em momentos de avaliação letiva (71,8%). Quanto aos possíveis efeitos adversos associados à toma de estimulantes cerebrais, 43,0% assumiu já ter experienciado, essencialmente, palpitações; insónia e alterações gastrointestinais. Finalmente, no que concerne ao conhecimento sobre a matéria dos estimulantes, a amostra em estudo revelou ser conhecedora dos mesmos (85,6%) e das suas categorias (92,6%), tendo chegado até eles, maioritariamente, através dos estabelecimentos de ensino (76,3%) e dos media (66,2%). Quanto às três diferentes categorias, 88,5% dos 390 alunos afirma haver diferenças entre as mesmas no que toca a questões de efeitos, riscos e legalidade. Relativamente ao segundo capítulo, é contemplada toda experiência adquirida ao longo do estágio realizado em Farmácia Hospitalar no Centro Hospitalar Tondela Viseu, decorrido do dia 3 de fevereiro ao dia 6 de março de 2020. Este capítulo aborda as diferentes áreas de intervenção do farmacêutico em contexto hospitalar, e todos os processos legais associados. Finalmente, no terceiro capítulo é descrita a experiência adquirida em todas as funções associadas à prática do dia-a-dia do farmacêutico comunitário, como agente promocional do uso racional do medicamento e do completo estado de saúde e bem-estar geral da comunidade. Este estágio decorreu na Farmácia Misericórdia, em Nelas, no distrito de Viseu, com início a 9 de março e término a 12 de junho de 2020.

This document, elaborated for the curricular unit Estágio, that is included in the curricular plan of Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, is divided into 3 chapters. Chapter I addresses the research and the results from a topic in the field of Pharmaceutical Sciences, integrated in the Toxicology area; Chapter II is based on the professional experience in the context of Hospital Pharmacy; Chapter III is related to the professional experience in the context of Community Pharmacy. Chapter I (research component) analyses the consumption of stimulants by the students of Universidade da Beira Interior. The prevalence of non-medical use of stimulants that require medical prescription by university students, with the intent of improving their academic performance, is well documented in countries such as the United States of America. However, in other countries, such as Portugal, there is a lack of studies regarding this public health problem. Moreover, several studies have reported a substantial increase in the demand of non-prescription stimulants by university students in recent years in Portugal. In this way, an observational study was conducted through an anonymous and confidential survey of closed responses, which were adequately answered by 390 students from the population of 8097 students enrolled at UBI in the academic year of 2019/2020. The survey aimed to collect solid and empirical information regarding the knowledge, behavior, and degree of consumption of stimulants of the central nervous system from drinks, supplements, medicines and/or other substances, by the abovedefined population. In addition, there was an effort to understand the most commonly observed effects after consumption of these substances; possible side effects resulting from their consumption; contexts associated to their consumption, as well as ways of accessing them; among others. This online survey, registered on the Google Forms platform, was approved by the UBI Ethics Committee (EC) in April of 2020. The obtained results include a sample of 390 participants, with a higher percentage of students with ages between 21 and 24 years old (57.4%), from the female gender (75.4%) and with Portuguese citizenship (95.4%). The course area with the largest number of participating students was the Health Sciences area (n = 211). Regarding the stimulant consumption habits, most students who consume them (90.0%) referred coffee (65.8%), infusions/teas/ice-tea (53.6%) and cocoa/chocolate (51.9%) as the products most regularly consumed. In the case of stimulating drugs that require medical prescription, the majority assumed that they had never consumed them. However, it is necessary to give a special attention to the percentage of students (0.3%) who assumed that they consumed without having any type of diagnosed and/or medicated cognitive pathology. From the 351 students that consume Central Nervous System stimulants, 57.0% said they had started taking this type of substance in parallel to starting university studies (=17/18 years), being the main reasons the necessity to contradict daytime sleepiness (59.3%), to increase academic performance (57.3%), to reduce symptoms such as tiredness, nervousness/anxiety, depression, headache, among others (41.9%), as well as the influence of the social environment (40.2%). The justifications for the continued use of these stimulants includes the first three reasons mentioned, but also the necessity of pleasure, satisfaction, elevation of mood, and appreciation for the flavor/texture (63.5%). Most students admitted to consume daily 1 to 2 stimulants (74.6%), and to increase this consumption in moments of academic evaluation (71.8%). Regarding the possible adverse effects associated with brain stimulants consumption, 43.0% assumed they had already experienced: palpitations; insomnia and gastrointestinal changes. Finally, regarding the knowledge on the subject of stimulants, the sample under study revealed to be knowledgeable about the stimulants (85.6%) and of their categories (92.6%), having reached them, mostly through teaching facilities (76.3%) and the media (66.2%). Regarding the three different categories, 88.5% of the 390 students stated that there are differences between them in what concerns effects, risks, and legality. Regarding the second chapter, it focuses on all the experience acquired during the internship in Hospital Pharmacy of Centro Hospitalar Tondela Viseu, from February 3 to March 6 of 2020. This chapter addresses the different areas of intervention of the pharmacist in the hospital context, and all the associated legal processes. Finally, the third chapter describes the experience acquired in all the functions associated with the daily practice of the community pharmacist, as an agent that promotes the rational use of the medication and the health and general well-being of the community. This internship took place at Farmácia Misericórdia, in Nelas, in the district of Viseu, beginning on March 9 and ending on June 12, 2020.

Tipo de Documento Dissertação de mestrado
Idioma Português
Contribuidor(es) uBibliorum; Alba, Maria Eugénia Gallardo; Rosado, Tiago Alexandre Pires
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