Author(s): Gonçalves, Diana Maria da Silva
Date: 2018
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.6/8275
Origin: uBibliorum
Subject(s): Contaminantes Ambientais; Fator de Risco Cardiovascular; Hipertensão Arterial; Mercúrio; Pressão Arterial
Author(s): Gonçalves, Diana Maria da Silva
Date: 2018
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.6/8275
Origin: uBibliorum
Subject(s): Contaminantes Ambientais; Fator de Risco Cardiovascular; Hipertensão Arterial; Mercúrio; Pressão Arterial
Introdução: a hipertensão arterial é o principal fator de risco das doenças cardiovasculares e o mais frequente em Portugal. Existem algumas evidências de o mercúrio poder contribuir para o aumento da hipertensão, no entanto, não existe ainda consenso no seio da comunidade científica. Assim, e por forma a compreender o real impacto da exposição a mercúrio na hipertensão arterial é importante avaliar de uma forma sistemática a informação publicada nos diferentes estudos já realizados. Objetivo: avaliar a influência da exposição ao mercúrio na hipertensão arterial através de uma revisão sistemática da literatura. Métodos: nesta revisão sistemática, foram incluídos estudos que avaliassem a influência do mercúrio na pressão arterial de adultos. A pesquisa foi realizada em 5 bases de dados (Web of Science, Medline/PubMed, Scopus, Scielo e Toxline). Os títulos e abstracts foram avaliados por dois revisores de forma independente. Para cada um dos estudos foi realizada a extração de dados num formulário específico. Os riscos de viés, a qualidade e a robustez da evidência foram avaliados de acordo com o protocolo descrito no “Navigation Guide Systematic Review Methodology”. A hipertensão arterial foi o outcome avaliado. Resultados: foram incluídos 31 estudos que cumpriram os critérios de inclusão definidos. Os estudos, realizados em 10 países diferentes, usaram diferentes tamanhos amostrais (de 101 a 8371 indivíduos), e diferentes matrizes biológicas para quantificação de mercúrio (sangue, urina, cabelo e unhas). Dos 31 estudos incluídos na análise, 4 encontraram associação positiva e 6 não encontraram qualquer associação entre mercúrio e pressão arterial; 16 encontraram associação positiva com a pressão arterial sistólica e/ou diastólica (dos quais 4 não encontraram uma associação estatisticamente significativa); 6 encontraram associação negativa com a pressão arterial (dos quais um não encontrou associação estatisticamente significativa). O corpo da evidência apresenta uma qualidade moderada a baixa, não tendo sido provado o efeito tóxico do mercúrio na pressão arterial. Discussão: foi encontrada uma grande variabilidade de resultados, não tendo sido possível encontrar uma relação entre os estudos com resultados semelhantes, que justificassem a variabilidade dos outcomes. As discrepâncias entre estudos podem ser atribuídas às diferenças na extensão da exposição e nas fontes de mercúrio, tipo de amostra, tamanho amostral e questões metodológicas relacionadas com a quantificação da exposição a mercúrio e medidas de pressão arterial. Conclusões: não existem evidências suficientes que permitam avaliar a influência da exposição ao mercúrio na pressão arterial devido à inconsistência dos resultados obtidos pelos diferentes estudos.
Introduction: hypertension is the main risk factor for cardiovascular diseases and the most frequent in Portugal. There are some evidences that mercury may contribute to increased hypertension, however, there is still no consensus within the scientific community. Thus, in order to understand the real impact mercury exposure on hypertension, it is important to perform a systematic assessment of data gathered from the different already published. Objectives: to evaluate the influence of mercury exposure on hypertension through a systematic review of published literature. Methods: In this systematic review, studies that evaluated the influence of mercury on adult blood pressure were included. The search was carried out in 5 databases (Web of Science, Medline/PubMed, Scopus, Scielo and Toxline). Titles and abstracts were independently assessed by two reviewers. For each study, data extraction was performed on a specific datasheet. The risks of bias, quality and robustness of the evidence were evaluated according to the protocol described in the "Navigation Guide Systematic Review Methodology". High blood pressure was the outcome evaluated. Results: 31 studies that met the inclusion criteria were included. These studies, conducted in 10 different countries, used different sample sizes (from 101 to 8371 individuals) and different biological matrices for mercury quantification (blood, urine, hair and nails). Out of the 31 studies included in this analysis, 4 found a positive association and 6 did not find any association between mercury and blood pressure; 16 found a positive association with systolic and/or diastolic blood pressure (4 of which did not find a statistically significant association); 6 found a negative association with blood pressure (1 of which did not find a statistically significant association). The quality of body of evidence is moderate to low, and the toxic effect of mercury on blood pressure has not been proven. Discussion: a great variability of results was found, and it was not possible to find a relation between studies with similar results that justified the variability of the outcomes. Discrepancies between studies can be attributed to differences on the exposure period and mercury sources, sample type, sample size and methodological issues related to the quantification of mercury and blood pressure measurements. Conclusion: there is insufficient evidence to evaluate the influence of mercury exposure on blood pressure due to the inconsistency of the results obtained by the different studies.