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Ecolinguística e linguagem como sistema adaptativo complexo: um diálogo possível

Author(s): Oliveira, Marco Antônio de

Date: 2019

Origin: Oasisbr

Subject(s): Ecolinguística; Linguagem; Sistemas de controle ajustável


Description

This text argues for a possible and fruitful dialogue between ecolinguistics and the perspective of language as a complex adaptive system (CAS). A linguistic ecosystem is understood as consisting of a population (P), a territory (T) and a language (L), where language is considered as interaction (I). Once interactions take place between individuals sharing the same territory, as well as between those individuals and their environment, it becomes possible to examine the consequences of this architecture in terms of the differentiated molding of linguistic emergencies along the time axis. From the point of view of language as a CAS, we can observe some properties that confirm the ecolinguistic perspective: (a) The components of a complex system are interdependent and interact in a non-linear way; (b) Complex systems are capable of displaying emergent behavior; (c) Complex systems oscillate between chaotic and non-chaotic behavior; (d) Complex systems exhibit feedback looping. Complex systems therefore contain feedback loopings that influence their behavior, which may be negative, when they reduce the deviation of a desired state, or positive, when that deviation is increased. Complex systems, like ecosystems, can therefore emerge in different forms and still preserve their identity. This is so because the coordinates that eventually define a system create a space of points, not a single point. This space, or ‘phase space’, consists of two parts, a state and a dynamics. The state is always temporary and can be defined as the conformation of the system at a certain point of time, which gives the impression of order. Its dynamics, on the other hand, creates the impression of disorder, which is just the multiplicity of states that a system can display on the time axis. It may be said that in both perspectives, a view of human language, as well as its emergence in natural languages, is rejected as something torn apart from the P-T-I tripod.

Este texto argumenta por um diálogo possível e frutífero entre a ecolinguística e a perspectiva da linguagem enquanto um sistema adaptativo complexo (SAC). Um ecossistema linguístico é entendido como composto por uma população (P), por um território (T) e por uma língua (L), língua esta entendida como interação (I). Uma vez que as interações se dão entre os indivíduos que compartilham um território, assim como entre esses mesmos indivíduos e seu meio ambiente, torna-se possível examinar as consequências dessa arquitetura em termos da moldagem diferenciada das emergências linguísticas no eixo do tempo. Do ponto de vista da linguagem enquanto um SAC, podemos observar algumas propriedades que confirmam a perspectiva ecolinguística: (a) Os componentes de um sistema complexo são interdependentes e interagem de modo não linear; (b) Os sistemas complexos são capazes de exibir comportamento emergente; (c) Os sistemas complexos oscilam entre um comportamento caótico e não caótico; (d) Os sistemas complexos exibem retroalimentação. Os sistemas complexos contêm, portanto, retroalimentações, que influenciam seu comportamento e que podem ser negativas, reduzindo o desvio de um estado almejado, ou positivas, quando esse desvio for aumentado. Sistemas complexos, assim como os ecossistemas, podem, portanto, emergir em diferentes formas e, ainda assim, preservar sua identidade. Isso é assim porque as coordenadas que eventualmente definem um sistema criam um espaço de pontos, e não um único ponto. Esse espaço, ou ‘espaço fase’, consiste de duas partes, um estado e uma dinâmica. O estado é sempre temporário e pode ser definido como sendo a conformação do sistema num determinado ponto do tempo, criando uma impressão de ordem. Sua dinâmica, por outro lado, cria a impressão de desordem, que é apenas a multiplicidade de estados que um sistema pode exibir no eixo do tempo. Pode-se dizer que, em ambas as perspectivas, recusa-se uma visão da linguagem humana, bem como de sua emergência nas línguas naturais, como algo desgarrado do tripé P-T-I.

Document Type Journal article
Language Portuguese
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