Author(s): Borges, Amandina ; Correia, Teresa I.G. ; Abrantes, Adelaide
Date: 2013
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10198/9837
Origin: Biblioteca Digital do IPB
Subject(s): Perfil; Mulheres; Abortamento espontâneo
Author(s): Borges, Amandina ; Correia, Teresa I.G. ; Abrantes, Adelaide
Date: 2013
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10198/9837
Origin: Biblioteca Digital do IPB
Subject(s): Perfil; Mulheres; Abortamento espontâneo
A questão de saúde sexual e reprodutiva da mulher é uma preocupação de Saúde Pública, considerando-se saúde reprodutiva como um estado de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade, em todos os aspetos relacionados com o sistema reprodutivo, suas funções e processos, implicando usufruto de uma vida sexual satisfatória e segura e decidir se, quando e com que frequência têm filhos, constituindo um desafio para os profissionais. O abortamento espontâneo é identificado clinicamente em ¼ das mulheres, tendo uma ocorrência de uma em cada sete das gestações, nas primeiras 12 semanas.Identificar o perfil sócio-demográfico e obstétrico das mulheres hospitalizadas por abortamento espontâneo. Estudo epidemiológico de corte transversal retrospetivo, de 165 mulheres no período de 2010-2012, registadas com diagnóstico de abortamento espontâneo, na base de dados do Sistema Informático Hospitalar, internadas numa Unidade de Saúde do Norte de Portugal. A amostra final ficou constituída por 122 mulheres, após aplicação dos critérios de exclusão, registos incompletos (10,3%), outro diagnóstico (14,5%) e falta do processo clinico (0,6%). Quanto à recolha de informação, os dados relativos à ocorrência de abortamentos nos três anos definidos, foram colhidos pelas investigadoras, tendo como suporte um guia, sobre as variáveis a analisar. Esta recolha foi realizada nos dias úteis, entre 9 e 17 horas, durante os meses de janeiro e fevereiro de 2013, no serviço de arquivo da instituição. A informação recolhida foi analisada com a metodologia estatística usual, após a sua informatização, com recurso ao programa SPSS. Foi obtido parecer positivo da Comissão de Ética e autorização da instituição para desenvolvimento da investigação, garantido o anonimato e confidencialidade dos dados. O total de abortamentos ao longo do período avaliado foi de 122, com a seguinte distribuição: no ano 2010 foi de 49, em 2011 foi de 53 e em 2012 foi de 20. Os dados revelaram que 75,4% das mulheres eram casadas e que a maior frequência do abortamento foi em primigestas com 41,8%, em mulheres com atividade remunerada, 61,5% e sem história de abortamento 75,4%. A aceitação da gravidez constatou-se em 94,3%. Relativamente à idade gestacional houve predominância (66,4%) do abortamento abaixo das 12 semanas. Do total de mulheres, 26,2% passaram pela forma completa de expulsão do produto de conceção, no entanto, nas restantes isso não aconteceu e necessitaram de intervenção cirúrgica, curetagem 31,1% e AMIU 13,1%. De salientar que, 89,3% das mulheres não tiveram complicações pós-aborto, verificando-se nas restantes, infeções em 6,6% e hemorragia com 4,1%. A permanência hospitalar de um dia verificou-se em 86,1% e a ausência de orientações esteve evidente em 83% dos registos das mulheres. O perfil sócio-demografico e reprodutivo das mulheres com abortamento internadas no serviço parece não ser diferente do da população geral. A evidência permite a implementação de ações de educação relativamente ao abortamento quer no âmbito institucional quer noutros contextos.