Author(s):
Azevedo, Carolina Cristóvão de
Date: 2014
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.26/13026
Origin: Egas Moniz - Cooperativa de Ensino Superior, CRL
Subject(s): Cancro da mama; Estatinas; Terapêutica antineoplásica; Efeitos pleiotrópicos
Description
Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz
O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum nas mulheres, tendo uma maior prevalência nos países desenvolvidos. Apesar dos grandes avanços no tratamento desta patologia, a sua incidência, mortalidade e recorrências atuais continuam a ser alvos de preocupação. O cancro da mama tem um caráter heterogéneo, apresentando vários subtipos com características distintas. Ademais, os tratamentos utilizados estão associados a uma elevada toxicidade transitória, menos qualidade de vida e elevados custos. Deste modo, continuam a ser estudadas novas estratégias terapêuticas que previnam o aparecimento e progressão desta doença de forma segura e eficaz. Existe evidência pré-clínica e epidemiológica que suporta o facto das estatinas, grupo de fármacos frequentemente utilizado no tratamento da hipercolesterolémia, poderem ser usadas como parte da terapêutica antineoplásica no cancro da mama. Os mecanismos pelos quais exercem os seus efeitos estão, principalmente, associados à manipulação da "via do mevalonato", que pode conduzir tanto à redução do colesterol, como a outras variações. Estas variações, designadas efeitos pleiotrópicos, permitem uma inibição dos compostos isoprenóides, necessários para as funções vitais das células. No entanto, alguns autores não são consensuais na defesa desta relação, tornando esta temática controversa e inconclusiva. Para além disso, os diferentes estudos apresentam diversas limitações. Uma vez que as estatinas são muito utilizadas por serem seguras, geralmente bem toleradas e com um preço acessível, é de todo o interesse a realização de novos ensaios clínicos com protocolos estandardizados que possam comprovar esta teoria, que poderá ter um importante impacto na saúde pública. Com o objetivo de compreender a relação entre a terapêutica com estatinas e o cancro da mama, foi realizada uma descrição detalhada desta patologia, uma exposição da farmacologia das estatinas e uma revisão sistemática da literatura científica que os associa, a partir da qual se efetuou uma comparação de diversos estudos.