Author(s):
Borralho, Carmen Susana Alves
Date: 2013
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.26/16120
Origin: Escola Superior de Enfermagem de Lisboa
Subject(s): Enfermagem em reabilitação; Limitação da mobilidade; Acidente vascular cerebral; Cuidadores; Alta do doente; Assistência centrada no doente; Família; Continuidade da assistência ao doente
Description
Mestrado , Enfermagem de Reabilitação, 2013, Escola Superior de Enfermagem de Lisboa
O impacto que o AVC tem na sociedade actual, associado às alterações das curvas de transição epidemiológica e demográfica, a par da precocidade das altas hospitalares, determina o incremento dos cuidados de saúde domiciliários, onde os familiares cuidadores se assumem como os protagonistas. Após a ocorrência de um evento súbito como o AVC, as pessoas veem-se forçadas a alterar o seu papel no seio familiar, profissional e social, sendo a hemiplegia ou hemiparesia, de acordo com a literatura, a alteração mais manifesta do AVC. Pessoas, até então independentes no desenvolvimento das suas actividades de vida, tornam-se parciais ou totalmente dependentes de terceiros, sem período de adaptação a essa condição, o que se repercute na alteração da sua dinâmica familiar. Desta feita, a educação para a saúde, sendo uma intervenção autónoma da profissão de enfermagem, reveste-se de particular importância para a qualidade de vida da pessoa com AVC e respectiva família, tendo constituído o foco de interesse e motivação da discente durante o desenvolvimento de competências de EEER no decorrer do percurso académico efectuado. A plena reintegração da pessoa com AVC, o grande objectivo dos EEER, não acontece de forma indissociável da família, logo, foi tido em consideração o envolvimento precoce da família no processo de cuidados com vista à produção de conhecimentos, estratégias e recursos facilitadores das transições doença / saúde, uma vez que a mesma é tão importante quanto a pessoa doente em determinar resultados positivos durante o processo de reabilitação. Cuidar de quem cuida é também responsabilidade dos EEER. Constatou-se que em contexto domiciliário, as pessoas não receberam preparação prévia para a transição vivenciada e não se sentiam aptas para a assunção do papel de cuidador. Em contexto de internamento, a educação para a saúde, desde que planeada em tempo útil, organizada e com objectivos mensuráveis revelou-se extremamente importante na promoção da mobilidade da pessoa com AVC e na capacitação dos familiares cuidadores para prestar cuidados de qualidade, com vista à garantia da continuidade dos cuidados de saúde e à diminuição das dificuldades com que se deparam no regresso ao seu contexto de vida. Nestes moldes, as pessoas, quando regressavam a casa, evidenciavam indicadores de vivência saudável dessa transição.