Author(s): Santos, Maria Catarina Caetano
Date: 2017
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.26/18981
Origin: Escola Superior de Enfermagem de Lisboa
Subject(s): Enfermagem psiquiátrica; Narrativas pessoais; Depressão
Author(s): Santos, Maria Catarina Caetano
Date: 2017
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.26/18981
Origin: Escola Superior de Enfermagem de Lisboa
Subject(s): Enfermagem psiquiátrica; Narrativas pessoais; Depressão
A depressão está, incontestavelmente, entre os problemas de saúde mental e psiquiatria mais relevantes e com um grande impacto a nível mundial, a que corresponde um nível elevado de carga global de doença (Organização Mundial de Saúde - OMS, 2001), logo é urgente intervir. Neste trabalho de natureza qualitativa do tipo etnográfico, procuro dar a conhecer a implementação de uma metodologia de trabalho inspirada na metodologia das narrativas/histórias de vida e a sua aplicação nesta área, a par das restantes intervenções desenvolvidas ao longo deste percurso. O presente relatório tem como objetivo narrar o trabalho desenvolvido ao longo do estágio, contribuindo para a compreensão da importância da relação terapêutica no desenvolvimento das intervenções de cariz psicoterapêutico “Mediação Corporal I e II”, “Estátuas” e paralelamente, ao aprofundar a intervenção de cariz psicoterapêutico narrativas de vida. Além disso, procura despertar atenções e olhares para novas investigações, pelo potencial que esta intervenção representa no alívio do sofrimento emocional dos utentes com sintomatologia depressiva. Como principal resultado, verificou-se que a capacidade de narrar é o ponto de partida para a tomada de consciência de si e da sua importância enquanto ser humano. Cada pessoa é a especialista da sua vida e consequentemente, das histórias que a compõem. Ao narrar as suas histórias dentro da sua história de vida, acerca dos acontecimentos e pessoas significativas, abrem-se portas à reflexão sobre si e sobre o seu papel ao longo das mesmas. A passividade da resignação e a avolia marcada dão lugar à ação de contar a história, à exploração da capacidade de pensar, que dá lugar à reflexão sobre a essência do sentir. A ambivalência do querer mas não querer, transforma-se em desejo de mudança e em estratégias para a alcançar. Esse processo de transformação é tão difícil quanto sublime, e essa ressignificação descobre projetos de vida esquecidos, que na pessoa em sofrimento emocional é uma penosa tarefa. Além disso, o autoconhecimento, através da reflexão sobre as práticas, com tudo o que lhe é inerente, constitui-se como pedra basilar nos cuidados de enfermagem de saúde mental e psiquiatria, no desenvolvimento, quer da relação terapêutica, quer da intervenção supracitada.