Author(s):
Cravidão, Daniela de Almeida Dâmaso Prates
Date: 2017
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.26/20241
Origin: Egas Moniz - Cooperativa de Ensino Superior, CRL
Subject(s): Cancro colorretal; Síndrome de Lynch; “Mismatch repair”; Instabilidade de microssatélites
Description
Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz
A Síndrome de Lynch (SL), também conhecida como síndrome do cancro do cólon hereditário não associado à polipose (HNPCC), é caracterizada por mutações nas linhas germinativas dos genes envolvidos no sistema de reparação do DNA do tipo “mismatch repair” (MMR). É uma patologia de natureza autossómica dominante e é a síndrome que predispõe para o desenvolvimento de cancro colorretal (CCR) e de tumores extra-cólon em idades jovens. As famílias com a suspeita de SL, são identificadas a partir de critérios específicos de inclusão, como os critérios de Amesterdão, clássicos e modificados, e os critérios de Bethesda revistos e, selecionadas para pesquisa de mutações germinais nos genes MMR. As alterações resultantes na linha germinativa dos genes MMR, via biológica altamente conservada cujo principal papel é a manutenção da estabilidade genómica, afetam, principalmente, os genes MSH2, MSH6, MLH1 e PMS2. As perdas de função destes genes têm como resultado a acumulação descontrolada de mutações genéticas resultando numa instabilidade genómica conhecida como instabilidade de microssatélites (MSI). Atualmente, o diagnóstico tem por base o estudo da história familiar e pessoal, testes de imunohistoquímica, testes genéticos de BRAF e de análise de MSI. O método de eleição para a monitorização continua a ser a colonoscopia. Outros métodos foram discutidos, como por exemplo estudos de contraste com bário, sigmoiscopia fléxivel e a colonoscopia virtual, pelo que, devido a ausência de consenso e a barreiras custo-efetividade, estes métodos são raramente utilizados. A cirurgia profilática é o método preventivo mais eficaz, no entanto, terapêuticas profiláticas têm sido sugeridas de modo a restabelecer a normal atividade dos genes MMR e a diminuir a MSI. São ainda necessários mais estudos, relativamente ao MMR humano e a sua relação com esta síndrome, de modo a possibilitar melhorias na intervenção dos vários profissionais de saúde que contactam com estas famílias.