Author(s): Neves, Pedro Nuno
Date: 2012
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.26/9345
Origin: Escola Superior de Enfermagem do Porto
Subject(s): Envelhecimento; Défice Cognitivo Ligeiro; Demência
Author(s): Neves, Pedro Nuno
Date: 2012
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.26/9345
Origin: Escola Superior de Enfermagem do Porto
Subject(s): Envelhecimento; Défice Cognitivo Ligeiro; Demência
Introdução: As sociedades actuais, nomeadamente as ocidentais, estão envelhecidas. Em Portugal, as unidades de saúde familiar reflectem esta realidade tendo nas suas listas de utentes um grande número de idosos. Através da investigação tem sido possível conhecer melhor o envelhecimento, na sua vertente normal mas também patológica, mais propriamente as demências e uma fase pré-demência denominada Défice Cognitivo Ligeiro (DCL). Os trabalhos de investigação consideram o DCL como um factor de risco significativo para desenvolvimento de demência e uma entidade cada vez mais comum entre a população idosa. O DCL, normalmente passa despercebido aos doentes, aos seus familiares e, mesmo, aos profissionais de saúde pois tem ainda uma percepção de impacto reduzido no quotidiano das pessoas. Posto isto, torna-se premente conhecer a população idosa em termos cognitivos e funcionais, como meio de diagnóstico, de modo a possibilitar uma intervenção precoce. Tratando-se, o DCL e a demência, de doenças progressivas e degenerativas com severo impacto na vida das pessoas, família e sociedade, o retardar da progressão e a manutenção da qualidade de vida por mais anos torna-se fundamental e até mesmo uma obrigação das sociedades perante os seus cidadãos. Objectivo: Caracterizar a cognição e funcionalidade dos idosos com idades entre os 65 e os 75 anos inscritos numa Unidade Saúde Familiar. Método: Optou-se por um estudo exploratório descritivo transversal. Foram seleccionados para amostra 126 utentes inscritos na Unidade Saúde Familiar Horizonte, a quem depois de obtido o consentimento informado foi aplicado um instrumento de avaliação cognitiva e funcional. O instrumento utilizado possibilitou a recolha de informações sociodemográficas e clínicas, e utiliza três instrumentos para avaliação cognitiva e dois instrumentos para avaliação funcional: Exame Breve do Estado Mental, Teste do Relógio, Escala de Avaliação de Demência, Índice de Lawton e Índice de Barthel. Resultados e discussão: Os principais resultados demonstraram, que 20 dos 126 utentes apresentam desempenho nos testes de avaliação da função cognitiva compatível com défice cognitivo o que corresponde a cerca de 15,9% de prevalência. Os principais defeitos cognitivos destes utentes são ao nível da evocação, atenção e cálculo e habilidade construtiva. O desempenho no TR e na EAD correlacionaram-se com o desempenho no MMSE. A escolaridade mais comum varia de 1 a 4 anos e como antecedentes patológicos os utentes apresentam principalmente doenças cardiovasculares, osteoarticulares e a multipatologia. A nível funcional estamos perante um conjunto de utentes sem alterações significativas ao nível das suas Actividades Básicas de Vida Diária e Actividades Instrumentais de Vida Diária. A percepção dos utentes sobre saúde, capacidade para fazer face ao dia-a-dia e qualidade de vida demonstra que estes se classificam entre o nível razoável e bom. Conclusão: A realização de avaliação da função cognitiva e funcional após os 65 anos revela-se útil na detecção precoce de alterações nestas dimensões dos idosos. Os valores obtidos para DCL neste estudo são compatíveis com outros dados de estudos semelhantes realizados a nível nacional e internacional.