Author(s): Carmo, Isabel Maria
Date: 2014
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.26/9499
Origin: Escola Superior de Enfermagem do Porto
Subject(s): Idosos; Queda; Factores de risco
Author(s): Carmo, Isabel Maria
Date: 2014
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.26/9499
Origin: Escola Superior de Enfermagem do Porto
Subject(s): Idosos; Queda; Factores de risco
Risco de queda em idosos na comunidade: Contributo para a construção de um instrumento de avaliação As quedas são acidentes comuns em todas as faixas etárias, mas representam um problema especialmente sério na população idosa. À medida que a população envelhece este problema reforça a sua relevância. As quedas são particularmente prevalentes entre as pessoas de mais idade e colocam em risco o seu bem-estar e saúde, comprometendo a sua independência. A etiologia multifatorial destes eventos adversos torna complexa a sua prevenção. No entanto, a identificação das pessoas com maior probabilidade de cair e dos fatores que contribuem para tal reveste-se de primordial importância. Esta triagem, ao permitir direcionar os cuidados para quem mais precisa e de forma individualizada, possibilita rentabilizar os recursos que frequentemente são escassos e aumentar a eficácia das intervenções. São diversos os instrumentos existentes para despistar os idosos com maior risco de queda. Porém, a maioria apresenta uma abordagem limitada a fatores de risco intrínsecos ou extrínsecos, o que não reflete a natureza multifatorial dos eventos de queda nem cumpre os requisitos internacionais. Esta observação, aliada à constatação das dificuldades vividas pelos idosos e famílias no contexto de internamento hospitalar motivado por fraturas resultantes de quedas levou ao desenvolvimento de um trabalho de pesquisa sobre este tema. Objetivo: Desenvolver um instrumento de avaliação do risco de queda para idosos em contexto comunitário a partir de variáveis com forte associação com o risco de queda. Método: Para dar resposta ao objetivo traçado realizou-se um trabalho de tipo metodológico de abordagem maioritariamente quantitativa. Para a construção do instrumento foi realizada uma revisão da literatura e reuniu-se um painel de peritos para identificar as variáveis mais importantes para a avaliação do risco de queda. Posteriormente, o instrumento foi aplicado numa amostra 194 idosos, maioritariamente feminina, com 75 ou mais anos (M=82,2; DP=±4,8) em centros de dia nos concelhos do Porto e Santa Maria da Feira. Resultados: A prevalência de quedas no grupo de idosos estudado foi elevada, sendo os principais preditores de quedas: ter má perceção da sua audição (OR=1,85; IC95%: 1,35-2,52), não usar sapatos de tamanho adequado ao pé (OR=4,26; IC95%: 2,08-8,73), ausência de interruptores no início e fim das escadas (OR=2,64; IC95%: 1,20-5,81) e ser diabético (OR=2,74; IC95%: 1,24-6,06). A FES adaptada para o presente estudo revelou-se um instrumento com boa consistência interna (alfa de Cronbach de 0,93) e boa correlação no testereteste (r=0,77), pelo que parece estar melhor adaptado às características da amostra em estudo. Conclusões: O instrumento construído, apesar de longo, parece dar resposta às recomendações internacionais e da DGS no que se refere ao exame global do idoso por abranger diversos aspetos valorizados pelo mesmo. Espera-se que a continuidade deste trabalho possa vir a resultar numa ferramenta útil para os enfermeiros de CSP na melhoria dos cuidados prestados aos idosos com risco de queda, resultando daí ganhos significativos na saúde desta população.