Author(s): Araújo, Marta ; Rodríguez Maeso, Silvia
Date: 2011
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10316/42636
Origin: Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Project/scholarship: info:eu-repo/grantAgreement/FCT/5876-PPCDTI/64626/PT ;
Author(s): Araújo, Marta ; Rodríguez Maeso, Silvia
Date: 2011
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10316/42636
Origin: Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Project/scholarship: info:eu-repo/grantAgreement/FCT/5876-PPCDTI/64626/PT ;
Este artigo pretende explorar como se constitui, através do sistema educativo, e particularmente dos manuais escolares de história, a institucionalização do silêncio em torno da escravatura. Tal silêncio consiste não tanto no apagamento deste processo para a construção da (ideia de) Europa, mas no esvaziamento da sua relevância política (Trouillout, 1995) e da governamentalidade racista a que esteve associado. Esta abordagem da escravatura insere-se numa tendência mais ampla de naturalização das relações de poder e violência, que tem vindo a caracterizar os discursos políticos e também académicos em Portugal sobre processos históricos fundamentais e profundamente interligados: cristianização e (pós)colonialismo. No que concerne especificamente à escravatura, a sua trivialização é produzida através de várias fórmulas narrativas, designadamente: a despolitização da narrativa; a (in)visibilização de ‘raça' e racismo e o ‘triunfo' do humanismo igualitarista. As reflexões que aqui apresentamos têm sido produzidas no âmbito de um projeto de investigação com o objetivo de explorar a construção do eurocentrismo nos manuais escolares do 3º Ciclo do Ensino Básico, incidindo no quadro ideológico que naturaliza a ausência da História de África e a (in)visibilidade da questão racial e do racismo na história nacional/europeia em Portugal.