Document details

Lesão renal aguda numa Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos

Author(s): Martins, João Rio ; Pereira, Catarina ; Aquino, Carolina ; Pinto, Carla ; Dias, Andrea ; Carvalho, Leonor

Date: 2019

Origin: NASCER E CRESCER - BIRTH AND GROWTH MEDICAL JOURNAL

Subject(s): Original Articles


Description

Introdução: A lesão renal aguda (LRA) é um problema frequente em cuidados intensivos pediátricos, estando associada a morbilidade e mortalidade aumentadas. O objetivo deste estudo foi caracterizar a incidência, fatores de risco e prognóstico da LRA numa Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos (UCIP). Materiais e Métodos: Foi efetuado um estudo exploratório com colheita prospetiva de dados entre julho e dezembro de 2017. Foram analisados os dados clínicos e bioquímicos de todos os doentes admitidos na UCIP e aplicada a classificação Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO). Doentes com duração de internamento inferior a 48 horas e com doença renal previamente conhecida foram excluídos do estudo. Resultados: Durante o período de estudo, 32 de 112 crianças apresentaram LRA. A mediana de tempo de diagnóstico foi o segundo dia de admissão. No total, 59.4% dos casos cumpriram o critério de creatinina, 68.8% o critério de débito urinário e 28.1%, ambos os critérios. Os graus de KDIGO 1, 2 e 3 representaram 50.0%, 28.1% e 21.9% dos casos, respetivamente. Foi observada recuperação total em 56.3% dos casos, recuperação parcial em 21.9% e 15.6% dos casos não apresentaram recuperação da função renal. Ventilação invasiva (p=0.028), uso de inotrópicos (p=0.043) e choque (p=0.043) foram fatores de risco independentes para LRA. A mortalidade nos doentes com LRA (15.6%) foi superior à dos doentes sem LRA (1.3%; p=0.007). Conclusão: A LRA é uma complicação comum em cuidados intensivos pediátricos, especialmente nos primeiros dias de admissão. Ambos os critérios de creatinina e débito urinário devem ser utilizados para o diagnóstico. O uso de ventilação mecânica e/ou fármacos inotrópicos e choque são fatores de risco frequentes e devem conduzir a uma monitorização cuidadosa para um diagnóstico e tratamento atempados.

Background and aims: Acute kidney injury (AKI) is a common condition in Pediatric Intensive Care setup and has been associated with increased mortality and morbidity. The aim of this study was to determine incidence, risk factors, and outcome of AKI in a Pediatric Intensive Care Unit (PICU). Materials and methods: An exploratory study was conducted using prospective data collected from July to December 2017. Clinical and biochemical data from all patients admitted to PICU was recorded. Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) criteria were used for diagnosis. Patients with hospital stay shorter than 48 hours and with previously documented kidney disease were excluded. Results: During the study period, 32 of 112 children developed AKI (28.6%). Median time of diagnosis was on the second day of admission. Overall, 59.4% of children fulfilled creatinine criteria, 68.8% urinary output criteria, and 28.1%, both. KDIGO stages 1, 2 and 3 accounted for 50.0%, 28.1%, and 21.9% of cases, respectively. Total renal function recovery occurred in 56.3% of cases, partial recovery in 28.1%, and 15.6% of cases did not recover. Invasive ventilation (p=0.028), need for vasoactive drugs (p=0.043), and shock (p=0.043) were independent risk factors for AKI. Mortality was higher in AKI (15.6%) than in non-AKI (1.3%) patients (p=0.007). Discussion: AKI is common in PICU setting, especially in the first days of admission. Both serum creatinine and urinary output criteria should be considered for diagnosis. Use of mechanical ventilation and/or vasoactive drugs and shock are common risk factors and should elicit careful monitoring and prompt treatment.

Document Type Journal article
Language Portuguese
facebook logo  linkedin logo  twitter logo 
mendeley logo

Related documents