Author(s):
Fernandes, Ana Marta Vieira Parrilha
Date: 2012
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.11/1611
Origin: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Castelo Branco
Subject(s): Estudo de género; Jogo simbólico; Desenvolvimento da criança; Pré-escolar; Faz-de-conta; Atividade lúdica
Description
Relatório de Estágio apresentado ao Instituto Politécnico de Castelo Branco para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico.
As crianças, ao brincar espontaneamente, imitam ações e situações do quotidiano, que observam ou vivenciam, transformando-as em função dos seus desejos e imaginação (Vygotsky). É através deste processo real-imaginário que as crianças constroem o real, criam laços afetivos com os outros e se vão inserindo na sociedade humana. O jogo simbólico (Piaget), mais vulgarmente designado no Jardim de Infância por faz-de-conta, permite às crianças, que o realizam sozinhas, ou em pequenos grupos, a atualização de elementos do real ausente, pelo que se torna um precioso instrumento para a recolha de dados sobre a relação das crianças com o mundo. Como este estudo pretendia conhecer as ações e atitudes das crianças da Educação Pré-Escolar no respeitante às diferenças de género, centrámos a nossa observação no jogo simbólico que as crianças desenvolvem nos cantinhos do Jardim de Infância. O Estudo de Caso de cariz qualitativo foi a metodologia de investigação adotada e como métodos de recolha de dados foram utilizados o de Observação das crianças nos cantinhos e o de Entrevistas semiestruturadas, aplicadas quer às crianças, quer à Educadora responsável pelo grupo. O grupo da amostra foi constituído por 20 crianças, 10 do sexo feminino e 10 do sexo masculino, com 4 e 5 anos de idade. A análise dos dados obtidos mostrou algumas diferenças no desempenho de personagens e papéis, bem como na escolha de adereços de personagem, mas igualmente, muitas semelhanças em diferentes aspetos, nomeadamente no género de brincadeiras, no tipo de atividades representadas e na utilização dos objetos existentes nos cantinhos. Pudemos constatar que as meninas e os meninos de 4 e 5 anos observados já têm uma noção identitária de género, particularmente revelada na escolha das personagens humanas a representar, pois as meninas escolheram sempre personagens femininas e os meninos escolheram sempre personagens masculinas.