Author(s):
Santos, Domingos Fernando da Cunha
Date: 2001
Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.11/219
Origin: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Castelo Branco
Subject(s): Economia da inovação; Economia territorial; Competitividade empresarial
Description
Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Ciências Aplicadas ao Ambiente, realizada sob a orientação científica do Prof. Doutor Artur Rosa Pires, Professor Catedrático do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro e do Prof. Doutor João Ferrão, Investigador Principal do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
A tese norteadora que compagina o argumento subjacente a este projecto de investigação é que a dinâmica empresarial de inovação regionalmente sedimentada deriva das características específicas das respectivas aglomerações territoriais, que actuam como substratos privilegiados de geração de economias externas e de adensamento das interacções produtivas. Em termos empíricos, ambicionava-se examinar duas questões: saber, por um lado, se o comportamento empresarial, no que respeita à dinâmica de inovação das firmas seleccionadas do sector têxtil-confecções do Arco Urbano do Centro Interior, é condicionado pelo respectivo contexto territorial e reflecte identidades sócio-económicas específicas e, por outro lado, avaliar a capacidade dos actores da envolvente do sistema de inovação para influenciarem a trajectória inovadora em que assenta a estratégia competitiva das empresas. Durante o trajecto que percorremos revisitámos as principais abordagens que têm a problemática da inovação por referência. A adopção de uma óptica de abordagem ecléctica, de síntese e de procura de complementaridades entre diversos modelos conceptuais, nomeadamente entre os quadros ligados à Economia da Inovação e os quadros associados à Economia Territorial da Inovação, permitiu-nos erigir uma leitura crítica de ambos, os primeiros privilegiando as dinâmicas de procura e os segundos enfatizando o diagnóstico do lado da oferta, construindo, a partir daí, uma visão analítica e operativa própria. Ora, os dados da análise empírica efectuada permitem retirar a ilação de que este espaço territorial do AUCI está longe de conseguir ser um efectivo operador dos interfaces cognitivos e institucionais, e de projectar dinâmicas de aprendizagem interactivas moldadas pela capacidade relacional e pelo desenvolvimento de efectivos laços de cooperação entre empresas e das empresas com a envolvente institucional. Neste cenário, parece pois poder validar-se a hipótese de que o território, neste caso específico, não tem constituído um suporte crucial da competitividade empresarial da fileira têxtil-confecções do AUCI, servindo mais como repositório locacional de empresas e instituições – não confirmamos assim a tese norteadora deste processo de investigação já que, neste caso, não parece ser a idiossincrasia territorial o substrato privilegiado que catalisa a dinâmica de inovação prevalecente.