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Romantismo: contextualização histórica e das artes

Author(s): Ribeiro, Raquel Alexandra Oliveira da Silva

Date: 2010

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.11/656

Origin: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Castelo Branco

Subject(s): Música; Romantismo; Violoncelo


Description

Dissertação apresentada à Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco para obtenção do Grau de Mestre em Música - área de especialização em violoncelo.

O termo romantic, no século XVIII, designa o que agrada à imaginação, o que desperta o sonho e a comoção da alma. No século XIX, surge o conceito de romantismo em oposição ao classicismo, liderado pelos movimentos artístico, político, filosófico e literário iniciados nas últimas décadas do século XVIII, e que se estendem pelo século XIX, intimamente ligado a dois grandes acontecimentos históricos que dominam o cenário europeu – as revoluções Burguesa e Industrial. O Romantismo surgiu numa época em que o ambiente intelectual era de grande rebeldia: na política, caíam os sistemas de governo absoluto e surgia o liberalismo político; no campo social, imperava o inconformismo; no campo artístico, reinava o repúdio pelas regras. Inicialmente, era apenas uma atitude, um estado de espírito, mas, mais tarde, toma a forma de um movimento, e o espírito romântico passa a designar toda uma visão do mundo centrada no historicismo e no individualismo. Se o século XVIII fora marcado pela objectividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjectividade, pela emoção e pelo eu. Toda a Europa era um formigueiro de ideias e inovações. Deram-se imensos progressos científicos. Iniciou-se a Idade Moderna no verdadeiro sentido do termo – a idade da máquina. O capitalismo tornou-se o sistema económico vigente. A Revolução trouxe consigo um rápido crescimento económico e populacional. A coordenada central do homem de então é a ideia de liberdade. Dá-se também a democratização. Deixa a nova arte de ser só para reis, fidalgos ou para círculos fechados de eruditos e torna-se a arte do povo. O génio criador deixa de estar sujeito a normas férreas, como eram as da estética clássica. O romantismo ama a liberdade, o movimento, a paixão e a busca do inatingível. A arte é marcada por um período de carência e de procura de uma perfeição impossível. A clareza clássica é substituída por uma certa obscuridade e ambiguidade intencionais. O artista romântico usa a imaginação, os seus sentimentos e instintos. Criará obras estritamente pessoais, que privilegiam o sentimentalismo. A música torna-se um meio de comunicação de pensamentos, sentimentos, mensagens e ideias. O romantismo criou novas formas de expressão, salientando-se: o sinfonismo, que começa com Beethoven, e o lied, que se consolida com Schubert. Os românticos buscavam maior liberdade de forma, expressão intensa e vigorosa das emoções através de harmonias mais ricas e do emprego de dissonâncias. Beethoven é reconhecido como o grande elemento de transição entre o Classicismo e o Romantismo. A sua música é clássica pelo rigor da forma (herdada de Mozart e Haydn) e romântica pela emoção. Inovou dentro dos moldes tradicionais, alargando as fronteiras da arte. A Sonata op. 69 data do seu período mais produtivo de composição. Schubert combina a forma clássica com a melodia romântica, é um seguidor de Haydn, Mozart e Beethoven. Foi no género Lied que deixou a sua indelével marca. Hoje, é considerado por muitos como marcante, inovador, poético, imaginativo, lírico e melódico, sendo considerado um dos maiores compositores do século XIX. A Sonata para Arpeggione e Piano é uma obra de circunstância, escrita para promover as qualidades de um instrumento derivado da viola da gamba.

Document Type Master thesis
Language Portuguese
Advisor(s) Raimundo, José Filomeno Martins; Rocha, Miguel Jorde Ferreirinha Cardoso da
Contributor(s) Repositório Científico do Instituto Politécnico de Castelo Branco
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