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Efeito da suplementação energética e azotada na digestibilidade e na cinética da fermentação in vitro de alimentos fibrosos

Author(s): Rodrigues, A.M.

Date: 2000

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.11/70

Origin: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Castelo Branco

Subject(s): Alimento para animais; Digestibilidade; Experimentação in vitro; Ruminante


Description

Na primeira parte do trabalho efectuámos uma revisão bibliográfica abordando algumas particularidades da alimentação dos ruminantes, animais que desempenham um papel determinante na manutenção dos sistemas de agricultura sustentada (Capítulo 2). No Capítulo 3 demos ênfase à caracterização da estrutura da parede celular e aos factores que afectam a sua digestibilidade. Desenvolvemos depois (Capítulo 4) aspectos relacionados com os processos de degradação da parede celular. Os microrganismos presentes no rúmen, produzem uma multiplicidade de enzimas que conferem ao ecossistema ruminal particularidades específicas que permitem ao ruminante utilizar alimentos fibrosos. No Capítulo 5, abordámos o metabolismo azotado da população microbiana do rúmen, referindo aspectos relacionados com a síntese dos seus constituintes azotados, com a degradação do azoto proteico e não proteico e com a eficiência microbiana e crescimento. Na parte experimental do nosso trabalho analisámos os efeitos que diferentes níveis de suplementação de dois alimentos forrageiros, com uma fonte azotada (ureia) e uma fonte energética (polpa de citrinos desidratada), tiveram na cinética de fermentação in vitro e na digestibilidade in vitro daqueles alimentos fibrosos. Para o efeito usámos um feno de prado natural e uma palha de trigo que foram estudados individualmente ou em mistura com a polpa de citrinos desidratada e/ou ureia. A cinética de fermentação foi determinada utilizando o método da produção de gás, com as amostras a serem incubadas durante 96 horas com licor de rúmen mais uma solução nutritiva tampão. O modelo logístico de duas fases foi utilizado para descrever a cinética de fermentação in vitro. Numa primeira fase (Capítulo 6), verificámos que a adição de ureia, entre valores que variaram de 1,43% a 3,91% da MS, provocou o aumento do tempo de latência e uma progressiva diminuição dos valores obtidos para o volume de gás produzido e para a taxa máxima de produção de gás das primeira e segunda fases de fermentação, e para o volume total de gás produzido durante as 96 horas de incubação. A adição de polpa de citrinos melhorou significativamente a produção de gás e a taxa máxima de produção de gás da primeira fase de fermentação e o volume total de gás produzido durante o período de incubação, reflectindo maior actividade microbiana no início da incubação do susbtrato. A ureia, como única fonte azotada suplementar de fenos e palhas, só deverá ser adicionada se também for usado umsuplemento energético. Com excepção dos substratos em que só foi utilizada polpa de citrinos+ureia, a produção de gás na segunda fase de fermentação foi significativamente maior do que na primeira fase. No Capítulo 7, verificámos que os resultados médios obtidos para as digestibilidades in vitro da MS e do NDF, determinadas após 48 horas e 96 horas de incubação, foram idênticos. Analisando caso a caso, encontrámos diferenças significativas em 58,3% dos substratos. Verificámos que, os coeficientes de correlação e de determinação calculados entre a digestibilidade in vitro da MS e do NDF ao fim de 48 horas de incubação e os parâmetros que definem a cinética de fermentação e o conteúdo das amostras em NDF, ADF, hemicelulose e celulose, foram mais elevados do que quando se considerou digestibilidade in vitro após 96 horas de incubação. Concluímos que, enquanto não estiverem disponíveis maior número de resultados, a digestibilidade da MS e do NDF deve ser sempre calculada após 48 horas de incubação. Os coeficientes de determinação muito elevados entre a digestibilidade in vitro da matéria seca após 48 horas de incubação e o volume de gás produzido na primeira fase de fermentação, a taxa máxima de produção de gás na primeira fase e o volume total de gás durante o período de incubação permitiram calcular equações de regressão (0,9690,852), que poderão ser utilizadas para estimar, com rigor, a digestibilidade in vitro da matéria seca dos alimentos a partir de alguns valores que definem a cinética de fermentação in vitro. A partir dos coeficientes de correlação negativos elevados, determinados entre a fracção ADL das amostras e a digestibilidade in vitro da MS (r=-0,901) e do NDF (r=-0,622), concluímos que a lenhina influenciou negativamente a digestibilidade dos substratos. O modelo logístico de duas fases permitiu estimar com precisão os parâmetros que definem a cinética da fermentação in vitro mesmo utilizando substratos com uma composição química muito diferente. Os coeficientes de determinação (r2) calculados foram muito elevados variando entre 0,998 e 0,989. Determinámos coeficientes de correlação elevados (0,7970,614) entre o tempo de latência e a quantidade de NDF, ADF, ADL, hemicelulose e celulose presente na amostra. Verificámos que a quantidade de substrato efectivamente degradado necessária para a produção de 1 ml de gás, diminuiu com o aumento da digestibilidade in vitro dos alimentos e determinámos uma correlação elevada entre a quantidade de substrato efectivamente degradado, e os volumes de gás produzidos na primeira fase de fermentação e durante todo o período de incubação.

Document Type Doctoral thesis
Language Portuguese
Contributor(s) Repositório Científico do Instituto Politécnico de Castelo Branco
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