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Sete anos de investigação em Relações Públicas: percursos do primeiro mestrado em gestão estratégica das relações públicas em Portugal

Author(s): Eiró-Gomes, Mafalda ; Neto, César Humberto Pimentel ; Raposo, Ana Luísa Canelas Rasquilho

Date: 2017

Persistent ID: http://hdl.handle.net/10400.21/7700

Origin: Repositório Científico do Instituto Politécnico de Lisboa

Subject(s): Investigação em relações públicas; Mestrado em gestão estratégica das relações públicas; Ensino superior politécnico; Instituto Politécnico de Lisboa


Description

O século XXI emergiu como o século da consagração da era da informação. Entre uma Europa que não enfrentava ainda alguns dos seus maiores desafios, mas, onde, as ameaças de radicalismo já se faziam sentir, a velocidade e facilidade de uma suposta comunicação planetária pareciam ao alcance de todos. Se hoje valorizamos algumas das vozes que, com clarividência denunciaram desde o início alguns dos aspetos menos positivos da nova era como Wolton ou Bauman, provavelmente há dez anos pensávamos ainda que a desinformação, a incompreensão, o excesso de dados (que não informação), não podiam coexistir com o avanço tecnológico que colocava o mundo, para usar a expressão de Serres, no polegar das nossas mãos. Na realidade a noção de informação tão generalizada e vulgarizada está muito longe de poder ser compreendida como sinónimo de comunicação, entendida aqui, como comunicação efetiva. A necessidade de uma Europa mais forte, literada, com jovens com elevados graus de diferenciação em termos profissionais e claramente ainda sob o espírito dos seus fundadores, vinte e nove países europeus assinaram, em Junho de 1999, os que viriam a ser conhecidos como os Acordos de Bolonha. Os Acordos estenderam-se, entretanto, a mais onze países e temos hoje uma estrutura de ensino superior que permite a conclusão de um primeiro ciclo de estudos em 3 anos e de um segundo ciclo de estudos que varia entre os 18 e os 24 meses, com parâmetros de compatibilidade e comparabilidade no mercado europeu. Na esteira deste processo, o estado português introduz a possibilidade de serem lecionados segundos ciclos de estudo nos Institutos Politécnicos, e em 2007 iniciam-se os primeiros mestrados nas diferentes escolas do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL). A elaboração e desenvolvimento do programa de estudos do mestrado apresentava-se como um duplo desafio, por um lado, construir pela primeira vez um programa de segundo ciclo no ensino politécnico respondendo às exigências e necessidades específicas dos seus estudantes e dos empregadores, e por outro, não deixar que o mesmo ficasse refém da dicotomia proposta pela própria regulamentação entre investigação pura e aplicada, ou entre dissertações, e para muitos académicos, em especial na área das ciências comportamentais e no ensino universitário, outros tipos de trabalho de conclusão de segundo ciclo, não sem alguma conotação pejorativa, como os trabalhos de projeto ou os estágios em contexto profissional com a redação e discussão pública dos respetivos relatórios. Para além de uma reflexão teórica sobre a fundamentação do ciclo de estudos em apreço no contexto das ciências da comunicação, tanto do ponto de vista dos seus fundamentos teóricos como dos seus desenvolvimentos empíricos, com certeza que em diálogo constante com outras áreas, que vão desde as ciências ditas exatas como a matemática às em geral consideradas disciplinas de cariz organizacional ou mais empresarial, pretende-se com a presente investigação perceber que percursos foram trilhados do ponto de vista dos trabalhos finais apresentados. Existe ou não equilíbrio entre os três tipos possíveis de trabalho final? Existem sectores de atividade privilegiados enquanto objeto de estudo? Dentro do quadro definido por Wilcox, Cameron e Xifra (2006) sobre as diferentes áreas específicas de atividade no quadro do desempenho das funções de um profissional de RP, há áreas privilegiadas pelos estudantes? Que métodos de investigação foram escolhidos tanto enquanto instrumentos de investigação científica? Que métodos de recolha e análise de dados foram privilegiados para monitorização de envolventes e para a avaliação de projetos ou preconizados para avaliação de campanhas? Utilizar-se-á para tal um desenho de investigação de cariz pragmatista e com um método de análise documental de tipo qualitativo. Serão analisados todos os trabalhos defendidos com sucesso pelos discentes que se inscreveram durante as 7 edições (2007- 2013) de mestrado em apreço com recurso a um programa informático para análise de conteúdo.

Document Type Conference object
Language Portuguese
Contributor(s) RCIPL
CC Licence
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